terça-feira, 26 de novembro de 2013

É Nacional, É Bom... Emílio Miranda





Sobre o Autor:

Emílio Gouveia Miranda nasceu em Luanda, Angola, em 1966. Em 1975, em resultado da guerra colonial, vem viver para o Norte de Portugal de onde os pais são originários, mais concretamente para uma aldeia chamada Lordelo, próxima de Vila Real, para onde mais tarde vem residir. É o contacto com esta realidade, naquela época difícil, mas mágica, de espaços abertos no verão e horizontes fechados nos longos invernos, com montes e vales cobertos de névoas e geadas, feita essencialmente de granito e tão diferente daquela deixada para trás, que definitivamente o vai marcar. Uma realidade na qual era possível conviver com costumes tão surpreendentes como a matança do porco, a vindima e a pisa do vinho, a agricultura segundo os preceitos mais tradicionais e onde a religião e as práticas supersticiosas se confundiam.
          Entretanto, vai ensaiando os primeiros textos em prosa, dos quais resulta, em 1985/86, o seu primeiro livro inédito, a que deu o título de A Última Vinda de Marte, retratando a derradeira guerra travada pela humanidade. É este primeiro texto de fôlego que definitivamente o encoraja a prosseguir. Vai, entretanto, escrevendo pequenos textos que guarda na gaveta até que a ideia de uma história sobre a fundação de Vila Real começa a ganhar forma. As primeiras páginas desta obra, que intitula desde logo A Princesa do Corgo, são escritas em 1986, mas apenas em finais de 2008, após cerca de 22 anos de trabalho intermitente, a vê concluída, sendo editada em 2009, por mão da Planeta Editora.
Em 2011, foi eleito um dos cinco autores Novos Talentos FNAC, com o conto João, o Trovador e viu também editada aquela que é a sua primeira obra de poesia, intitulada Uma Árvore Intemporal, sob a chancela da Edium Editores, por quem editou também a coletânea de contos, De Névoa e de Vento Do Tempo e Outros Velhos, no género prosa poética.
          Em 2012, através da Alfarroba Edições, viu publicado Uma Linha de Torres    a história de uma resistência, romance de cariz juvenil, que tem por cenário a construção das Linhas de Torres Vedras e nos transporta ao tempo das Invasões Francesas.
Integrou ainda a coletânea da Esfera do Caos Contos do Nosso Tempo, com o texto As (In) conveniências de Deus e a sua aguardada obra O Livro dos Mosquetes, romance histórico que narra a chegada dos portugueses ao Japão, no século XVI, viu a luz do dia por mão da Saída de Emergência.
          Por se ter distinguido como escritor e no campo da cultura, a Câmara Municipal da Barquinha atribuiu-lhe, no dia 13 de junho de 2012, a Medalha Municipal de Mérito – Grau Prata.
         Em 2013 integrou três coletâneas de poesia, respetivamente: Antologia da Moderna Poética Portuguesa (Seda Publicações), Entre o Sono e o Sonho (Chiado Editora) e Audaz Fantasia (Editora Universus). 

A Princesa do Corgo:


El-Rei Dom Dinis redige, a 4 de Janeiro de 1289, aquele que haveria de ser o primeiro passo para a criação da nova póvoa, assente agora sobre um cabeço ou outeiro, onde o Corgo e o Cabril se encontram.
     Para este projecto concorrem um conjunto de personagens, entre os quais se contam Simão da Cruz, fugido por um crime que em Guimarães cometeu, Maria da Conceição e família, fugidos à pobreza, à fome e à mão pesada de um senhor severo, Manuel Mestre-de-Obras, a quem é dada a missão de erguer os muros da vila, Zacarias, o prestamista, de quem muitos dependem e poucos gostam, Robalo o tolo - sentinela vigilante e tudo menos néscio - Adosinda, a Bruxa do Corgo, uma excêntrica que vive só junto às margens do Corgo e assiste com as suas mezinhas a quem se socorre dela, Pero Anes Foucinha - personagem real, clérigo de Mouçós, que foi procurador de El-Rei naquela região - e tantos outros que, página após página, vão desfilando perante os nossos olhares, colhendo simpatias, ou nem por isso.
     A bela Filomena, rapariga muda, cuja paixão nos comove e por quem, irremediavelmente, nos apaixonamos, Maria da Conceição que nos divide os afectos, Gertrudes e Ana Vesga, as coscuvilheiras da vila que nos molestam quase tanto como aos personagens da história, Padre Hermenegildo que morre após uma lauta refeição, como um santa a quem não se escutou um ai ou um ui e o seu sucessor que vê finalmente construída a igreja que o primeiro tanto ansiou e nunca chegou a ver.
 Por fim, Salomão e Inês, a quem o amor venceu e a vida surpreendeu e, provando uma vez mais que a mentira tem perna curta e que mais tarde ou mais cedo acabamos por nos confrontar com as nossas culpas e os nossos fantasmas... deparamo-nos com o (in)esperado desfecho, que é afinal o princípio daquela que, tão orgulhosamente, conhecemos nos nossos dias como Vila Real (de Trás-os-Montes) a Princesa do Corgo.
 



"Uma Linha de Torres"
Mas quem eram aqueles franceses que todos temiam?
       O padre Isildo afirmava constantemente, com o ar zangado que lhe fazia eriçar os pêlos das sobrancelhas, dando-lhe o ar de um cachorro atiçado, que eram como uma praga, devorando tudo à sua frente!
      Considerava-os responsáveis por todas as desgraças, havidas e a haver, e uma espécie de demónios a quem chamava hereges, destruidores de igrejas e Jacobinos. (Nunca percebera o que tal nome queria dizer, mas não devia ser grande coisa, pela forma como o proferia.) Na sua opinião, os franceses pretendiam não apenas mudar a face do mundo, mas destruí-lo, como se fosse um baralho de cartas. Eram - afirmava ainda - os maiores ladrões que o Demo largara à face da Terra. 

"O Livro dos Mosquetes" 
Em pleno século XVI, quando o Império Português atingia o seu auge, um junco com marinheiros portugueses naufraga numa praia desconhecida. Sem o saberem, acabam de confirmar a existência de uma terra que só existia nas lendas: a Terra do Sol Nascente, o Japão.
          Deste inesperado contacto resulta a descoberta de um mundo tão deferente que parece arrancado dos sonhos: um mundo ordeiro e magnificamente belo, habitado por um povo cujos guerreiros - os samurais - superam em dignidade e crueldade tudo quanto os portugueses haviam visto até então.
          Depois do junco português ser reparado, parte de novo para o Mar da China. Mas nada voltará a ser igual, nem para os marinheiros que partem com a notícia para o rei português, nem para João Boavida, o marinheiro que, apaixonado pelo Japão e por uma misteriosa mulher, decide ficar. Mas a maior mudança será para a própria Terra do Sol Nascente que, enfeitiçada pelos mosquetes que os portugueses trazem, nunca mais será a mesma.
          Um encontro de culturas, uma viagem no tempo, um relato de várias paixões. O Livro dos Mosquetes é um pedaço da gloriosa história de Portugal. 

3 comentários:

  1. Obrigado, Margarida, por divulgar a minha obra. Em breve sairá o meu quarto romance histórico: Os Autos da Barquinha. Darei notícias em tempo oportuno. Obrigado mais uma vez.

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  2. Parabéns a Tertúlias à Lareira pela divulgação da obra deste maravilhoso escritor e poeta.
    Parabéns Emílio Miranda pelo novo romance histórico - Os Autos da Barquinha. Por gentileza, informe a editora para completar os dados de futura compra. Abraço e sucesso sempre!

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