quinta-feira, 31 de maio de 2012

[À Lareira Com] - Ana Terceiro e Paulo Rosa


Amanhã é dia da criança. Assim, e sendo hoje quinta-feira, trago-vos uma conversa à Lareira bastante especial: Ana Terceiro e Paulo Rosa, os pais do Dinis.



São pais do Dinis, um menino especial. Quando e como souberam que o Dinis era diferente dos outros meninos?

Aos 11 meses, numa visita de rotina à médica pediatra a médica pediatra ela estranhou a discrepância entre o tamanho da cabeça comparativamente com o peso e estatura. Nessa altura pediu-nos a realização de uma ecografia à cabeça. Mais trade para confirmar as desconfianças do resultado da ecografia transfontanelar, o Dinis realizou uma RMN e TAC (sob anestesia geral) exames esses feitos a 4 dias do Dinis completar um ano que nos deram a confirmação – O Dinis tinha largas e exuberantes calcificações cerebrais, com maior incidência no lado direito do cérebro e junto ao globo ocular dto.:
«Descrevemos um quadro lesional muito exuberante, algo que eu nunca vi nestas proporções. O seu filho tem largas e extensas lesões e calcificações cerebrais em quase todas as zonas do cérebro, mais predominantes do lado direito»

Qual foi a vossa reacção quando souberam o diagnóstico do Dinis?

Quando recebemos uma notícia que tememos e nos apercebemos que não vai de encontro com o que esperamos, temos duas opções: ou nos entregamos a um estranho e, de certo modo, aliviante desespero e choramos, ou nos entregamos à adrenalina do momento, deixando o sangue fluir e dando por nós a reagir de forma fria e sem grandes cálculos emocionais (pelo menos, naquele momento): Nós optámos por reagir e a adrenalina indicou-nos o melhor caminho para pensar e refletir em função do que seria melhor para o nosso filho, que iria precisar de nós mais do que nunca.

Como é viver com uma criança especial?

Por vezes questionamo-nos sobre as motivações que levaram Deus, que se diz ser amor, o porquê de colocar crianças deficientes no mundo para que sofram e nos façam sofrer.
Mas, facilmente percebemos as Suas motivações e apaixonamo-nos por estas crianças, damos por nós a olharmos a vida “com outros olhos”, com olhos de ver, de quem ama e sente que é amado, pois, doutra forma não conseguiríamos alcançar o que eles têm para nos dar, e que é infinitamente delicioso.
Com eles acabaram-se os preconceitos, acabaram-se as vergonhas ou aqueles olhares inseguros, passamos a viver descontraidamente sem receios de saborearmos os mais pequenos detalhes, sem nos importarmos com o que os outros vão pensar disto ou daquilo.
Tornamo-nos autónomos e passamos a decidir o nosso destino fundamentado nas nossas experiências e partilhas com outros pais, também eles especiais, que vamos conhecendo ao longo dos nossos dias – anjos em forma de gente que sabem falar a nossa língua na primeira pessoa.
É uma aprendizagem diária, apoiada no Amor e na fé.
Mas nem sempre é fácil, porque infelizmente o nosso pais não está preparado nem com leis, nem com equipamentos nem com estruturas que nos permitam viver em plenitude as “coisas” inerentes a uma criança especial, e muito honestamente, esta é a parte pior em se ser pai de alguém especial!

De que modo a doença do Dinis mudou a vossa vida, enquanto pessoas e enquanto casal?

Diariamente aprendemos com ele a dar mais valor às pequenas significâncias. Damos mais valor ao tempo, aprendemos o verdadeiro significado de várias palavras, tais como: dor, batalha, sofrer, mas aprendemos sobretudo que a expressão “não consigo” não passa de uma mera ilusão que a nossa mente nos mostra para nos desencorajar a tentar. Uma simples fila, uma pequena dor, um pequeníssimo problema toma proporções gigantes, quando afinal de contas, são apenas “montinhos” longe de serem “montanhas” e, na maioria das vezes, a solução está ali ao nosso alcance, apenas é preciso não baixar os braços. Aprendemos que, mesmo o pior dos nossos dias, em nada se assemelha, nem de longe é tão complicado quanto o dia a dia do nosso filho, e ainda assim, ele lida com isso com uma supremacia invulgar digna de rei de palmo e meio.
O Dom do nosso filho tornou-nos pessoas melhores, maiores, com o coração cheio de vontade de amar, e hoje percebemos a diferença entre estar-se vivo e viver!
Olhamos com orgulho todos os momentos em que ele se desafia ao tentar pôr-se de pé após cada queda, em que tenta não tremer para alcançar o seu brinquedo preferido que está na prateleira, quando contraria o balançar do seu corpo instável, desejando que este permaneça firme quando quer dançar, ou simplesmente comer, quando nos diz que consegue fazer “xoxinho”, mesmo que isso signifique que a maioria da sua comida cai do seu prato ou, quando caminhar mais depressa na sua maneira “desengonçada” o faça cair. Contudo, esta forma irregular como vê e sente e interage com o mundo torna-o ainda belo, mais gracioso e intrigante e, sobretudo, alguém que devemos seguir. Todas as suas dificuldades não o impedem de ter força suficiente para nos ensinar, a cada manhã que se levanta, que cada dia conta e que devemos fazer de cada um deles uma festa, um arraial, um festival, e agradecer a Deus pela Sua escolha, porque o dia que passa é o presente e é esse que conta e deve ser vivido com a maior intensidade e tenacidade possível.
E esta é, sem dúvida, a grande lição, a magia que existe no ser-se pai de alguém que nasceu para triunfar e nos fazer acreditar que a vida, por mais voltas que dê, tem um propósito bem maior do que aquele que julgávamos ter.

O Dinis tem um irmão, o Gonçalo. Como foi que ele reagiu e reage ao facto do irmão ter uma doença rara?

O Gonçalo recebeu a noticia ao mesmo tempo que os restantes membros da família. Quisemos que ele fosse colocado ocorrente e sem tabus da situação do irmão. Ele reagiu bem, apesar de não ter relacionado a gravidade da doença, tentando passar por cima do assunto achando que tudo iria dar certo, o que é natural para uma criança. Acabou por se revelar também ele um herói e desde sempre interage com o irmão, tenta ser o seu companheiro e fiel amigo… e estas são algumas das suas palavras:
"A doença do meu irmão não veio afetar a minha vida: brinco com ele, faço o que for por ele e, para mim, o meu irmão, além de especial, é uma criança como todas as outras, apesar de muitos pensarem o contrário.
Foi uma grande honra ter sido escolhido para ser o padrinho do meu irmão, e estou consciente das acrescidas responsabilidade em sê-lo, mas é algo que me entusiasma, pois eu preciso dele e ele de mim.
O meu irmão tem várias virtudes mas a que eu mais admiro é a sua grandiosa capacidade de sorrir e de fazer sorrir.
A sua coragem, embora ainda sendo uma criança, a sua forma de sorrir após cada tratamento, a força que transmite a cada dia que se levanta, apesar das dificuldades que insistem em não o largar, a irreverência e a personalidade dele, sempre tão atrevida, deixam-nos a certeza que Deus escreve direito por linhas tortas."

Quais as principais dificuldades sentidas quando se tem um familiar, neste caso um filho, com uma doença rara, quase desconhecida?

As principais dificuldades é o desconhecimento a nível nacional e a nível mundial, a ausência de motores de busca, literatura, médicos e equipamentos necessários, leis que defendam os familiares no acompanhamento à doença, uma série de politiquices que não se adequam à vida prática de quem de desdobra em 3 para obter cuidados sem perder os empregos e ainda assim dar uma continuidade digna aos restantes prismas de uma vida que não para em função de um filho especial.

A Ana diz que “um dos meus sonhos, era escrever um livro, sempre achei que seria um projeto inalcançável, coisa de gente importante, com conteúdos, pensava eu: diferente”. Como surgiu a oportunidade de escrever este livro, “O Dom do Dinis”?

A oportunidade surge no momento em que uma grande amiga e também ela mãe de alguém especial, a Sandra Morato (Mãe da Sara com Trissomia 21, autora do livro Sara, a Luz! da Prime Books), me incentiva a enviar a nossa história para a Alphabetum pois eles estavam a anunciar o apoio e divulgação de novos talentos. Ainda hesitamos porque as nossas vidas têm um ritmo muito acelerado e pensámos que seria um projeto que não coincidia com os nossos timing’s sempre muito imprevisíveis dada a natureza da doença e a existência de mais um filho para além do Dinis. Dias depois a malandra da Sandra, envia a nossa história para a Alphabetum que acabou por nos contactar demonstrando interesse.

Acham que este livro vai ajudar a abrir algumas mentes no que diz respeito a meninos especiais?

Sem dúvidas, o respeito e a interacção e a própria inclusão que o livro relata é prova que as nossas crianças podem vir a constituir um país melhor. Se formos educados vocacionados e próximos de outras crianças diferentes, sendo-lhes explicado que a diferença não passa disso mesmo, as mentalidades futuras serão muitíssimo melhores e mais bem preparadas para todos os processos que envolvam aceitar e respeita o próximo!
Eis um pequeno relato de uma grande amiga minha que vive diariamente confrontada com atrocidades vindas de adultos e de outras crianças que não estando familiarizadas com a diferença:
"Fomos a fnac e por uns momentos sentei o Gaspar perto de outros meninos, numa mesinha a fazer legos. Qual foi o meu espanto: Duas miúdas 6 e 9 anos, incomodadas pelo facto do meu filho querer dar lhes a bolinha que ele sempre tem na mãozinha.. Olharam para ele com um desprezo... Principalmente quando o meu filho expressava sons de alegria e entusiasmo.. Ele não fala bem como os outros meninos.. Por isso, naquele momento incomodou as meninas.. Fiquei desolada. E com "animação ã mistura" tirei o Gaspar de perto delas... É apenas uma amostra... E eu sei que não vou poder estar sempre nesses momentos... Mas enquanto puder…. Beijinhos para vocês, meus doces! Tudo de bom!""

Ana, foi o realizar de um sonho?

Não sei…. Os sonhos são algo que vejo com grande respeito…. Escrever um livro, afinal não estava assim tão fora do alcance, e não está fora do alcance de todos! Talvez tenha sido algo pelo qual eu nunca tivesse lutado antes…. Existem coisas, que podemos chamar de sonhos, que nós também julgávamos inalcançáveis e que após luta e determinação, fé e muito empenho, acabamos por alcançar…. O meu único “sonho” é ver o meu filho bem, saber que a minha família tem saúde, que não nos falta trabalho e que reine o amor nos nossos corações. Pode parecer utópico, mas o meu grande “sonho” é isso mesmo – saúde e paz para todos!

Quais os vossos desejos para o vosso futuro e o do Dinis?

Que seja encontrada a mutação genética para a parte neurológica da doença do Dinis. A parte da doença oftalmológica foi recentemente descoberta em Manchester por um investigador  (DR. Yanick Crow) que foi encontrado e contactado por nós pais…. Também era um sonho e também nos disseram que não seria alcançável e nós após largas horas de muitos contactos, também o alcançamos, não só a ele mas também a uma segunda médica sediada na Filandia (Dra. Tarja Linnankivi) que está a prosseguir com a restante investigação…. Também ela um “sonho”
Que após estas descobertas, seja possível criar um fármaco ou tratamento que possa colocar um fim à evolução e à proliferação da doença pelo restante organismo…porque… já lá vão três anos de luta, 28 anestesias gerais, (20 das quais para cirurgias oftalmológicas, 3 das quais em Barcelona) e… a esperança, a luta e a perseverança… a luta pelos nossos “sonhos” continua!

Para terminar, há algo que queiram dizer aos nossos leitores?

Ser pai especial é sinónimo de que reajustamos e reavaliamos tudo o que nos rodeia e passamos a dar importância e a valorizar aspetos que dantes nos passavam completamente ao lado – não que fôssemos egoístas, mas porque nos faltava viver sob determinados valores.
«Desde o nascimento do Dinis, muita coisa aconteceu, principalmente porque nos conduziu a uma mudança em termos de valorização existencial, e desde então, sentimos cada vez mais a necessidade de mudar em função de encontrar os valores das coisas que realmente importam e que por vezes nos passavam despercebidas: «…aborrece-nos profundamente perceber que a “maioria das pessoas não debate conteúdos, apenas os rótulos”…».


O Dinis: 
 
Hoje com 4 anos, o seu quotidiano conta, para além de muita diversão, com:
Ensino especial 2 vezes por semana e fisioterapia 3 vezes por semana (desde os 15 meses) –
Hipoterapia 1 vez por semana - Centro de Hipismo da Lezíria Grande em Vila Franca de Xira;
Usa óculos desde Setembro (embora sem capacidade visual no olho direito contribuirá para a correta conservação dos 25% que ainda mantém no olho esquerdo);
Utiliza umas Dafos por um período de dois anos em ambos os pés. As Dafos são umas próteses que servem de correção dos pés prunados e postura de forma a evitar uma cirurgia com múltiplas consequências (as pernas do Dinis actualmente estão em “X”): http://www.dafo.com/library/before-after-high-tone-pronationdafo-4/
Mas com a Graças a Deus, as coisas estão encaminhadas… fisioterapia, hipoterapia, Dafos, óculos desde Setembro…. Uma vida repleta de terapias, cirurgias, mas que nos têm trazido boas novas nomeadamente a descoberta do gene por parte da equipa de investigação de Manchester…. Quem sabe agora não se consegue desenvolver algum fármaco ou tratamento que evite a proliferação da doença contribuindo para uma maior taxa em termos de duração e qualidade de vida… Apesar da sua doença continuar a representar uma constante ameaça, apesar de não estar a salvo da cegueira total, apesar da doença base não estar inativa e de não sabermos inclusivamente o seu tempo de vida e que repercussões a doença tomará, acreditamos que Deus não comete erros e que saberá melhor do que ninguém o que faz e com que propósito - temos esperança e fé!

[Passatempo] - Especial Dia da Criança

Bem, esta semana é o dia da criança e eu, enquanto criança que era (e sou xD) adorava receber prendas. Quem não gosta?
Assim, o tertúlias não se esqueceu dos mais pequenos, e traz-vos um passatempo especial dia da criança, com diversos prémios a oferecer.


Para este passatempo, o tertúlias conta com a colaboração de alguns parceiros diferentes do habitual. Eles são: Chiado Editora, Entre Kapas Editora, Artidar, Orquidea de Pano, Iquantascores, Bokwus, A Lua da Ana, By M Acessórios e Pedacinhos de Arco-Iris.

Com a ajuda destes fantásticos colaboradores tenho 2 packs de prémios para oferecer a 2 vencedores (1 pack a cada).Eles são:

Nota: Ainda a acrescentar peças iquantascores e bokwus.

Para GANHAR um destes packs basta responder ao questionário abaixo e seguir as regras a seguir indicadas, até dia 3 de Junho, ás 23h59.

Regras do Passatempo:
1) O passatempo decorrerá até às 23h59 do dia 3 de Junho.
2) Qualquer participação que não possua algum dos dados correctamente preenchido ou contenha respostas incorrectas é automaticamente anulada.
3) OBRIGATÓRIO ser seguidor público do blogue ou seguidor via facebook 
 
4) O vencedor será escolhido aleatoriamente, através do Random.
 
5) O vencedor será publicado no blogue e será contactado por email.
 
6) Só é aceite uma participação por pessoa/morada e residentes em Portugal (continental e ilhas)
7) Não nos responsabilizamos por extravios dos ctt

quarta-feira, 30 de maio de 2012

[Divulgação] - Alfarroba: "Patrulha Azul" de Eva Barros

[Novidade] - Porto Editora: "Mulheres Afegãs" de Zarghuna Kargar

Título: Mulheres Afegãs – Histórias por detrás da Burka
Autor: Zarghuna Kargar
Tradução: Isabel Alves
Págs: 272
PVP: 14,40 €


As leis, os costumes, os conceitos, o vestuário são elementos da cultura afegã com os quais, no Ocidente, temos pouco contacto. Em Mulheres Afegãs – Histórias por detrás da Burka, da jornalista Zarghuna Kargar, livro que chega às livrarias a 5 de junho, chegam-nos testemunhos contados na primeira pessoa sobre a falta de liberdade e de direitos que aflige estas mulheres, sobretudo nas zonas rurais do Afeganistão.
Mulheres Afegãs – Histórias por detrás da Burka reúne um conjunto de histórias que foram transmitidas no programa de rádio da BBC «Afghan Woman’s Hour», coordenado e apresentado pela autora Zarghuna Kargar, que permitia aos ouvintes um acesso único a informação sobre variados assuntos, muitos deles considerados tabu mas de importância vital. Rapidamente, este programa tornou-se num dos mais importantes da BBC a nível mundial e numa ferramenta para alertar o mundo para a realidade desta sociedade.
Para além dos testemunhos, este livro dá-nos a conhecer a Sharia - código de conduta da lei islâmica - e tradições relacionadas com, por exemplo, o casamento, família e sexualidade, que condicionam o quotidiano de todas as muçulmanas.


Sinopse:
Um relato que traz a lume as vidas escondidas das mulheres afegãs que tiveram a coragem de enfrentar a comunidade e contar a sua experiência.
Shereenjan era ainda uma menina quando foi obrigada a casar-se para pôr termo a um conflito entre duas famílias; Samira passa os dias num quarto húmido e escuro a tecer tapetes, por imposição do marido, e tem de drogar a filha bebé com ópio para poder dedicar-se plenamente à sua tarefa; 
Ao perder uma perna num bombardeamento, Wazma é abandonada pelo marido, que amava incondicionalmente, e privada de ver a sua única filha;
Anesa é forçada a casar-se com um homossexual e a tornar-se escrava do amante do marido;
Layla é uma das muitas viúvas renegadas pela família e pela sociedade.
Zarghuna Kargar, uma jornalista afegã refugiada em Londres, ouviu estas e outras histórias, que compilou com o objetivo de destapar uma realidade assustadora, tão próxima e ao mesmo tempo tão distante – milhares de mulheres afegãs há muito que são vítimas dos costumes de uma sociedade profundamente religiosa e tradicional.
Embora a sorte das mulheres afegãs tenha melhorado consideravelmente nos últimos anos – há mais de 60 membros do sexo feminino no parlamento −, em várias zonas do país a repressão continua inabalável. Mulheres Afegãs – Histórias por detrás da Burka é disso testemunha.


Sobre a autora:
Zarghuna Kargar nasceu em Cabul em 1982. Quando a guerra civil irrompeu, ela e a família viram-se obrigadas a fugir para o Paquistão, onde Zarghuna se formou em Jornalismo. Em 2001 mudou-se para Londres e em 2004 foi convidada a produzir e apresentar o programa «Afghan Woman’s Hour», da BBC. Este projeto bem-sucedido tinha como objetivo apoiar, consciencializar e educar milhões de mulheres e homens em todo o Afeganistão. Durante os vários anos que o «Afghan Woman’s Hour» esteve no ar, debateram-se assuntos difíceis, muitas vezes tabu, e foi emitido o relato de centenas de mulheres afegãs ansiosas por partilhar a sua história de vida. Mulheres Afegãs – Histórias por detrás da Burka decorre dessa experiência.

[Divulgação] - Book.It: semana de 28 de Maio a 3 de Junho

Campanha Literatura Lusófona






Livro da Semana




Passatempo Dia Mundial da Criança


[Divulgação] - Edição Esgotadas: Lançamento do livro "O relógio que tem a barriga a dar horas" de Lurdes Breda


A Editora Edições Esgotadas tem o prazer de apresentar o último livro de LURDES BREDA,
“O Relógio que Tem a Barriga a Dar Horas” que visa incutir na criança a noção de tempo/espaço,
aliada às rotinas diárias. O processo de aprendizagem e da própria socialização passa, também,
por associar determinadas tarefas às horas. A personificação do relógio cria emotividade e estimula
o afeto e a proximidade. A noção de tempo é, ainda, relacionada com as várias fases do dia, levando
a criança a associar as horas ao espaço físico exterior, assim como aos elementos atmosféricos: Sol,
Lua e estrelas, o que fomenta a sua curiosidade por temas lecionados na área de Estudo do Meio,
em coexistência com a Matemática (abordada no estudo dos números, nas horas) e a Língua
Portuguesa (do texto). Trata-se, pois, de um projeto que propicia a interdisciplinaridade e facilita a aprendizagem.

[Opiniões Tertulianas] - "Dias de Ouro" de Jude Deveraux







"Gostei muito e as páginas folheiam-se sozinhas perante os nossos olhos, arregalados  que ficam com tanta aventura e beleza." (Cris, o Tempo entre os Meus Livros)










Já tinha várias vezes desfolhado os livros desta autora, mas nunca tinha decidido comprar e ler algum, até a nossa amiga tertuliana Fernanda Pameira ter falado tão bem desta saga Edilean, que a conselho dela é este o 1º que se deve ler.


E realmente foram umas horas bem passadas a ler este livrinho.

Começa na Escócia em 1766 com as personagens principais Edilean Talbot  e Angus McTern que nos vão acompanhar ao longo do livro nas suas aventuras e desventuras desde a Escócia até à América.


Edilean órfã fica a cargo de um tio que só quer a sua fortuna, Angus é um laird que pertence a um clã e sente-se responsável por cuidar de  todos.

Devido às circunstancias em que se vê Edilean, pois o tio quer obrigá-la a casar assim que fizer os 18 anos, com um homem da sua confiança, para ficar com toda a sua fortuna, ela então planeia a sua fuga, e Angus é apanhado no meio desta história  sendo obrigado a fugir para a América também.

Durante a travessia de barco vão-se apaixonar, mas nada é fácil para eles, são duas pessoas extremamente teimosas e obstinadas que não querem dar o braço a torcer.
Daí que ao longo do livro vão ter muitas aventuras, a vida deles vai dar voltas e reviravoltas que parecem nunca ter fim.

Gostei muito desta história que nos leva a conhecer como nasceu a cidade Edilean na Virgínia.
A escrita da autora é bastante fluída, sendo um romance com sentido de humor, e personagens cativantes de tal maneira que quando damos por nós terminámos a sua leitura. Em suma um livro para se ler descontraidamente.

Espero ler em breve o 2º livro da saga "O Jardim de Alfazema".


Odete Silva

terça-feira, 29 de maio de 2012

Esta Semana






Esta é a semana do Dia da Criança. E eu, bem, eu sou uma criança grande, vocês não?
Como tal, vamos ter diversas surpresas no decorrer dos próximos dias, surpresas para miúdos e graúdos.

Parece-vos bem?

[Cantinho da Semana] - Refúgio dos Livros

Boa Terça feira.
Hoje trago-vos mais um cantinho. Eu sei que ja falei dele aqui, aliás foi a primeira "conversa" à lareira que tivemos. Mas não podia deixar de figurar nesta rubrica: O Refugio dos Livros.






O refúgio foi o primeiro cantinho com o qual tive contacto. Admito que antes não era nada seguidora de blogues nem nada do género. Mas já lia, e muito, o que fez com que me chamasse mais a atenção este tipo de blogues.

O “Refúgio dos Livros” nasceu no Verão de 2009, mais precisamente a 19 de Agosto, a partir do gosto da autora, Diana, pelos livros e pelas leituras.


"A história do Refúgio dos Livros é engraçada porque se passou da seguinte forma: uma altura andava a procurar algo no Google sobre um livro e sem querer fui dar a um blogue sobre livros que desde logo me cativou não só pelas críticas dos livros que lá lia mas também porque tinha um fórum onde havia muita partilha sobre leituras, opiniões, compras e novidades de editoras. Nesse fórum conheci pessoas que me deram excelentes sugestões literárias e fiz até amizades e desde aí ficou comigo o “bichinho” de criar um cantinho onde pudesse partilhar com outras pessoas o que eu achava das leituras que iam fazendo. E digo que o “Refúgio dos Livros” nasceu de forma engraçada porque eu há uns anos já tinha criado um blogue para publicar pensamentos e textos meus e nunca mais me lembrei que tinha esse blogue. Assim, quando decidi criar o “Refúgio dos Livros” (no Verão de 2009) aproveitei o blogue antigo, mudei o seu visual e o seu objectivo e tema principal e assim nasceu o meu cantinho que agora é meu e de todos os seguidores e visitantes."


Este cantinho tem este nome pois, inicialmente, foi criado para ser um refugio para a sua criadora, um lugar seguro, depois tornou-se então o refugio dos seus visitantes e seguidores.


Para a Diana, o mais gratificante de ter este blogue, é a possibilidade de escrever sobre o que lê.

"porque a escrita sempre me fascinou e as palavras no papel sempre foram a minha forma de me expressar e desabafar"

 Também é muito gratificante todo o feedback que recebe através dos comentários que os visitantes deixam e das pessoas que seguem a página de facebook do Refúgio dos Livros. E é também muito gratificante quando alguém pede uma sugestão de um bom livro dentro do género literário que a pessoa gosta de ler e depois lhe dizem que gostaram imenso daquele livro que ela lhes sugeriu.

Conhecem este cantinho? Também se refugiam nele?
Aqui fica o selinho para ti, Diana, e para o teu, mas muito nosso, refugio dos livros.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

[Passatempo] - " A Devota" de Ricardo Tomaz Alves

Para começarmos bem a semana, aqui fica um passatempo para vocês, que me dizem?:)



Tenho para oferecer, com a colaboração da Alfarroba, um exemplar do livro de Ricardo Tomaz Alves, "A Devota", cuja opinião podem ler aqui.
Para ganhar só precisam de responder acertadamente ás questões que vos coloco e seguir as regras, abaixo postadas.

O passatempo decorre até dia 4 de Junho.

 As respostas podem ser encontradas aqui e aqui.





Regras do Passatempo:
1) O passatempo decorrerá até às 23h59 do dia 4 de Junho.
2) Qualquer participação que não possua algum dos dados correctamente preenchido ou contenha respostas incorrectas é automaticamente anulada.

3) OBRIGATÓRIO ser seguidor público do blogue ou seguidor via facebook 
 
4) O vencedor será escolhido aleatoriamente, através do Random.
 
5) O vencedor será publicado no blogue e será contactado por email.
 
6) Só é aceite uma participação por pessoa/morada e residentes em Portugal (continental e ilhas)  
7) Nem eu nem as editoras nos responsabilizamos por extravios nos ctt.
 
 

[Resultado de Passatempo] - "Alma Rebelde" de Carla M.Soares


Bem, aqui fica o resultado do passatempo que acabou ontem, ás 23h59, e que tinha como prémio o livro "Alma Rebelde", da autora Carla Soares.

Tivemos 44 participações válidas. Podíamos ter tido mais, mas infelizmente os meus caros participantes não lêem as coisas com calma e com atenção, tendo as suas respostas erradas..ai ai ai.

Aqui ficam as respostas certas:

1 - num trato comercial

2 - Instituto de História da Arte, Faculdade de Letras de Lisboa (Faculdade de Letras apenas também foi aceite)

3 -  O meu vicio são as palavras

4 - Santiago


E, sem mais demoras, o vencedor/a é.....
3. Susana Magusteiro Bértolo

Parabéns à vencedora e obrigada aos restantes participantes.
Mantenham-se atentos que vou ter mais novidades em breve.


domingo, 27 de maio de 2012

[À Lareira Com] - Filipe Cunha e Costa






À Lareira com...Filipe Cunha e Costa


Fale-nos um pouco de si.

Uma tarefa ingrata à qual não escondo que me furto sempre que posso. Já me disseram que a melhor forma de me conhecer é através da minha escrita, visão que eu subscrevo integralmente. Em traços gerais, limito-me a constatar o óbvio, de que “não sou grego nem ateniense, mas sim mais um cidadão do mundo”.

“O gosto pela leitura e pela escrita manifestou-se desde muito cedo na sua vida”. Quais as suas memórias mais antigas relacionadas com este gosto?

O gosto pela escrita foi um gosto que se foi desenvolvendo ao longo dos anos, tendo passado por diversas fases, mas que olhando para trás consigo identificar uma linha contínua. Recordo-me bem que as minhas primeiras composições, escritas no âmbito escolar, nesse longínquo ensino primário, eram na altura, no âmbito das provas de língua portuguesa, os exercícios que mais ânimo e prazer me davam. E que já nesse tempo alimentava o sonho de vir a ter a “profissão” de escritor quando “fosse grande”.

Dedicou-se “à criação de textos sob a forma de prosa e poesia assim que entrou em contato com as primeiras letras e com o universo da palavra escrita”. Lembra-se  de algum desses primeiros textos? Pode-nos falar um pouco sobre ele?

Lembro-me, efectivamente, do momento em que compus o meu primeiro poema, o que constituiu uma total novidade para mim, na medida em que todos os meus trabalhos escritos até então tinham sido em prosa, soba forma de composição. A poesia era ainda algo completamente novo. O título desse poema é “Primavera”, e nada mais do 3 quadras o compõem. Sem dúvida um momento que me marcou.

Tem um blogue, semjustacausa.blogspot.com. Quando e como surgiu este cantinho?

O “Sem Justa Causa” surgiu em Outubro de 2011, e consiste num projecto que, para ser justo, mereceria um acompanhamento mais contínuo da minha parte. Trata-se de um blog não subordinado a nenhuma temática específica, um espaço para textos de não ficção onde sempre que posso e me sinto inspirado vou escrevinhando observações sobre determinados temas, carimbando-as com um cunho pessoal, nem sempre actualizado tão regularmente quanto devia. Espero dedicar-lhe mais tempo nos próximos meses. De qualquer forma, ultimamente tenho prestado mais atenção a um blog bem mais recente – http://cronicasdelusomel.blogspot.pt/ – este inteiramente dedicado à saga “Crónicas de Lusomel”, do qual “O Templo dos Três Criadores” constitui o primeiro livro. As portas de um e outro estarão sempre abertas para quem os quiser visitar.

Publicou recentemente o seu primeiro livro “O templo dos três criadores”. Como surgiu a ideia de escrever um livro no género fantástico?

A ideia teve origem em 2009, quando comecei a criar o primeiro esboço do que viria a ser a minha história, tendo sido largamente desenvolvida em 2010 e finalizada em 2011. O livro insere-se, efectivamente, no espectro do Fantástico, o que, a meu ver, deve-se essencialmente ao facto de ser um género literário com o qual me identifico na qualidade de assíduo leitor, e de ter a tremenda capacidade de não se limitar às barreiras da realidade, extravasando-as, desconstruindo-as, e das suas cinzas ser capaz de criar algo de absolutamente novo. Começar a explorar esse tremendo espaço de liberdade foi só uma questão de tempo.

Em que se inspirou para a história e para as personagens?

Ao nível da história em si, acredito que ela tenha sido largamente influenciada pela generalidade das minhas leituras, mais especificamente, como é natural, pelos livros de Fantasia que já fazem parte do meu repertório. É às leituras que vou buscar grande parte da inspiração, e a influência que estes livros tiveram na construção do mundo que criei não pode ser menosprezada. As personagens em si mesmas consideradas foram também elas uma decorrência do mundo por mim criado, das suas características, natureza, ambiente, em suma, do seu código genético. Como actores principais desse novo mundo dado a conhecer, era fundamental que estivessem devidamente enquadrados e em sintonia com o mesmo. A mitologia também terá desempenhado um papel importante na construção de ambos. Isto apenas para nomear as principais influências, já que a maioria delas se manifesta de uma forma tão subtil, que muitas vezes nem nos apercebemos que trespassaram para o nosso trabalho.

Está a trabalhar no segundo volume da saga Crónicas de Lusomel. O que nos pode adiantar sobre a continuação da saga?

Neste momento estou empenhado em acompanhar o processo de amadurecimento deste primeiro livro, em testar qual o seu valor comercial e literário, ir recolhendo impressões e melhorar com elas. Mas naturalmente que tenho os olhos postos numa continuação, na qual já comecei a trabalhar, tendo em conta que este projecto foi desenhado para ter uma sequência. Como os leitores certamente notarão, a história que tenho para contar não termina na última página deste livro, e há muitas questões por responder deixadas para livros futuros. Assim, num próximo volume, espero dar desenvolvimento à história pegando no ponto em que a deixei, continuando no rumo traçado, aprofundando a intriga da acção e dando resposta às questões deixadas em aberto. No final, quero ter uma história coesa e coerente, sem deixar pontas soltas, que seja agradável e capaz de entreter.

Tem mais algum projeto em mente?

A continuação desta saga constitui, neste momento, o meu principal projecto literário em mente. Todavia, ainda este ano deverei vir a ter um outro texto meu publicado, mais concretamente um conto erótico de fantasia que foi admitido no concurso literário “Erotica Fantastica” levado a cabo pela Editora Draco em 2011, e que será publicado numa Antologia no final deste ano. Em relação ao meu livro recém-publicado, espero seguir de perto o seu trilho pelo mercado literário, receber críticas e aprender com elas, tomar contacto com os leitores, retirar o melhor que esta experiência me pode proporcionar. E venham de lá as novas ideias e desafios, estarei sempre disposto a abraçá-los.

Já escreveu vários géneros. Escreveu o poema “Os Dias” e o conto “Memórias de Alto-Mar”. Tem, no entanto, algum género com o qual se identifique mais?

Não. O que acontece é que me vou dedicando a cada momento ao projecto que sinto que estou mais inspirado e/ou motivado para explorar. A minha escrita já esteve vocacionada para cada um desses géneros, e por todas as fases que passou, proporcionou-me sempre um gosto enorme em escrever. Quero, acima de tudo, fazer por manter esta heterogeneidade.

Para terminar, deixe uma mensagem aos nossos leitores, verdadeiros fãs de literatura.

“Não há assuntos pouco interessantes, o que há é pessoas pouco interessadas” – (Gilbert Chesterton). Não limitem a vossa leitura. Sejam críticos acima de tudo. Boas leituras!