Qualquer livro que
inicie com um mapa, já fez metade do seu trabalho a cativar-me. Sei sempre que
a realidade muda e que um novo mundo está ali, nas páginas que seguem. Esta
trilogia é isso mesmo, uma realidade especial, onde apenas um mapa não chega
sem que a nossa imaginação não faça o resto.
Este é sem dúvida um
livro a constar em qualquer top de “livros a ler antes de morrer”. É uma obra
especial, completíssima, que passa muito para lá da fantasia e da mera ficção.
Com uma leitura
cuidada, o sentimento de ficção parece até desaparecer, dando asas a um texto
coerente e fácil de ler, entusiasmante, onde tudo o que lemos poderia, por
certo, ser real num passado longínquo.
Tolkien cria, de raiz,
todo um setting de cenários e vida.
Uma era – a terceira da Terra Média – baseada na mitologia germânica e nórdica,
onde Humanos coabitam com Elfos, Feiticeiros, Orcs, Anões, Hobbits, entre
outros.
O Senhor dos Anéis surge
no seguimento de O Hobbit, e está publicado em trilogia, mesmo que tenha sido
pensado apenas para um volume.
Cada espécie da Terra
Média possuía os seus reis, os seus reinos, as suas formas e costumes, numa
harmonia introdutória à problemática vivida nesta trilogia. Devido à ganância,
Sauron apodera-se dos anéis dos reis da Terra Média e que identificam quem
governa determinado reino, fundindo-os num só. Com a guerra e as desventuras de
diversos personagens, o anel termina no Shire, terra de hobbits, e cabe a Frodo
e aos seus novos amigos não permitir que o anel regresse ao dedo do seu dono,
partindo numa viagem para o destruir.
A história gira em
torno das aventuras de um grupo de corajosos guerreiros, das diferentes formas
de vida da Terra Média, que entram numa demanda contra o mal.
Interessante é perceber
que, se por um lado o anel não pode voltar ao dedo do seu dono, Sauron, por
outro, o covil do personagem é o único local onde o anel pode ser destruído.
Durante a viagem, Frodo
e os seus companheiros de missão, cada um numa direcção diferente – o que nos
remete para uma história em várias frentes – terá de enfrentar o seu desejo de
possuir para si o anel.
Uma história
fantástica, fácil de ler, que demonstra como a imaginação humana é rica em
formas e conteúdos, podendo transportar as problemáticas da nossa era, para
outra qualquer.
Tiago A. G. Fonseca
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