quarta-feira, 4 de setembro de 2013

[Opinião] - "Mais Forte que o Desejo" de Cheryl Holt


"Deus do céu! Como se vira no meio de uma situação semelhante? Porque se envolvera com Phillip? Antes de conhecê-lo tudo lhe parecia tão simples. O seu futuro estava traçado e a decisão tomada. Contudo, um olhar para ele desfizera o seu universo.
Ao namoriscar com Phillip desencadeara uma catástrofe. Nem queria imaginar a reacção de Margaret se lhe confessasse o que sentia. A madrasta podia mostrar-se cruel e obrigá-la, de qualquer maneira, a submeter-se à sua vontade."






Cheryl Holt, "A Rainha do Romance Sensual", é uma autora que já faz parte das minhas leituras há alguns meses. Comecei por ler Entrega Total (opinião aqui), e depois li Ligações Proibidas (opinião aqui).
No entanto, foi este último livro o que mais gostei.

Este livro encontra-se no género romance sensual, que me agradam pois ao contrário dos romances eróticos (que estão tanto na moda), nestas leituras o romance é bastante evidente, e o toque picante que as autoras imprimem aos relacionamentos levam-nos a fugir dos romances fofinhos a que, por vezes, estamos habituados. São, claro, relações que evoluem rapidamente, tendo o enredo uma velocidade, por vezes estonteante. A escrita fluida e descritiva qb faz com que não consiga largar o livro até à última página.

Como em muitas das leituras deste género, podendo citar diversas autoras se fosse o caso, esta leitura passa-se no período vitoriano que ,como sabem, adoro.
Cheryl dá-nos a conhecer Olivia, filha de um Conde, que se vê obrigada pela madrasta a casar com o Conde de Salisbury, de modo a que possa manter o estilo de vida a que estavam habituadas antes de ficarem falidas. Como personagem principal temos Phillip Paxton, filho bastardo do conde, conhecido na propriedade dele como o rapaz que trabalha nas cavalariças. Inicialmente, e devido a querer vingar-se do pai, Phillip pretende usar a bonita jovem Olivia, no entanto acaba por se apaixonar.

A personagem feminina agradou-me pois, mesmo sendo virgem e ingénua, é ousada o suficiente para retirar a ideia de burrice que muitas destas personagens tem consigo. O papel masculino, por sua vez, não é nenhum príncipe de encantar. Claro que fisicamente seria o desejo de qualquer mulher, mas ao inicio o seu modo de ser deixa-nos de pé atrás com ele, evoluindo claro está, durante a trama.

Algo que me agradou bastante nesta leitura, o que fez com que fosse a minha preferida da autora, foi os temas e as estórias por trás de todo o romance. Temas como a pedófilia e o rapto/abandono de menores foram um elemento surpresa nesta leitura, imprimindo nesta alguma complexidade. Os passados de Phillip, Olivia e de Winnie tornaram o livro bastante interessante.

Os vilões, neste caso, as vilãs são realmente isso: são más, pérfidas e sem coração, que não olham a meios para atingir os seus fins, fazendo com que conseguissemos sentir emoções negativas bem à flor da pele. E isso, claro, é um ponto forte tanto no enredo como na caracterização de personagens por parte da autora.

As restantes personagens aproximam-se bastante dos leitores por serem humanos, com erros, com passados que os perseguem devido a escolhas que, um dia fizeram, mas que acabam por ter que viver com isso e encarar os problemas de frente. 

São encontrados, ao longo do livro, algumas gafes que mereciam nova revisão.

Não sendo um livro perfeito, foi uma leitura que me agradou imenso, em especial depois da leitura de Madeline Hunter que, dentro do género, me fez sentir que faltava algo.
Para as leitoras de Cheryl, tenho a certeza que vai ser uma leitura que vai agradar. Para quem tencione estrear-se na autora, é uma boa leitura para tal. Aconselho sem reservas.

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