"Como Ambrose Bierce disse, "casa é o único lugar aberto toda a noite." E neste primeiro romance de David Trueba, o lugar pertence aos Belitre, uma família tão numerosa quanto disparatada. Crónica de uma educação sentimental, as pessoas que habitam este livro apenas escutam a voz de seu coração, enquanto que a razão mantém um silêncio impassível." in Tempo de Ler
Gosto particularmente de histórias de famílias!
E de histórias de famílias
"diferentes" ainda gosto mais!
Este primeiro livro do espanhol David Trueba,
anterior ao seu sucesso após receber com o livro Saber Perder, o prestigiante
Prémio Nacional da Critica, é a mirabolante história da família Belitre.
Esta é uma história de contornos ora
hilariantes, ora melodramáticos, por vezes até algo "noir", cheia de
personagens bem estruturadas como o avô Abelardo Belitre, um fanático religioso
e anti-tabagista com apetência para a poesia, a sua mulher Alma Belitre que por
opção se confina a uma existência de acamada, Felix filho de ambos e a sua
mulher Paula com os seus seis filhos, todos eles com caracteristicas próprias e
deveras peculiares, sendo Gaspar o mais "normal" mas nem por isso
banal!
Há a considerar também as personagens mais secundárias, igualmente bem estruturadas e de perfil coincidente com as principais, que trazem um enriquecimento notório à história, tais como o Doutor Tristan e a sua irmã Mayka/Remédios, Sara, John e Paul os dois Testemunhas de Jeová, Aurora e Nicole.
Há a considerar também as personagens mais secundárias, igualmente bem estruturadas e de perfil coincidente com as principais, que trazem um enriquecimento notório à história, tais como o Doutor Tristan e a sua irmã Mayka/Remédios, Sara, John e Paul os dois Testemunhas de Jeová, Aurora e Nicole.
Os retalhos da vida dos Belitre são-nos
contados pelo narrador, amigo de Nacho Belitre um dos seis irmãos, que nos
delicia com as excentricidades desta família que desde o primeiro capítulo nos
agarra "pelos colarinhos", colando-nos á narrativa, da primeira à
última página, deixando-nos sem fôlego e sem conseguirmos deixar de ler
capítulo após capítulo com ânsia de conhecer o desfecho da mesma.
Dizia Ambrose Bierce : "Lar: O lugar de
último recurso - aberto toda a noite."
Assim é...
Assim é...
Um livro que me chegou às mãos duma forma
inesperada, do qual gostei imenso e me deixou com vontade de ler mais obras de
David Trueba.
Uma escrita muito bem delineada, sem momentos
mortos e que nos deixa no final com uma sensação de ficarmos afectivamente
ligados àquela excêntrica e deliciosa família.
Recomendo sem reservas e aguardo ansiosamente
conseguir ler os dois livros posteriores.
Excelente!
Teresa Carvalho
Ups,escapou-me ali uma correcção: mirabolante, fica aqui a rectificação!
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