sábado, 11 de junho de 2016

[Novidade] - Quetzal: "Terra Fresca" de João Leal

Terra Fresca
João Leal

Passado em Sintra, Lisboa, Finlândia e Estados Unidos, um romance sobre o papel de cada um no destino e decisões dos outros. Samuel Úria apresenta o livro na Feira do Livro de Lisboa.

Cinco anos depois de Alçapão, João Leal regressa à publicação e traz a lume Terra Fresca, um romance que parte das vésperas da Segunda Guerra Mundial e ecoa setenta anos depois, nas gerações seguintes, ligando personagens por um misterioso destino. 

Sobre o livro:
Passado em Sintra, Lisboa, Finlândia e Estados Unidos, Terra Fresca é por vezes melódico, outras vezes repleto de acção. O texto transporta-nos ao longo de setenta anos através de um grupo de personagens impossíveis de esquecer, sempre sob o espectro da dúvida sobre o que é real ou não, sobre o que acontece sem causa e o que é obra de um desígnio maior. 

Com uma ligação subtil ao seu primeiro livro, Alçapão, respondendo a algumas questões que tinham ficado em aberto, Terra Fresca confirma João Leal como uma das novas vozes mais originais da literatura portuguesa, capaz de unir a crítica especializada ao favor de um público mais vasto.

Sinopse:
Em vésperas de Segunda Guerra Mundial, Francisco Alonso, responsável pela construção do Castelo dos Mouros, em Sintra, faz uma descoberta involuntária que se irá revelar determinante para o destino de todos os que o rodeiam.

Quando a filha nasce com o braço direito inerte, a família está longe de saber o que se esconde por trás da misteriosa enfermidade. Quando a maldição por fim se revela, a harmonia familiar sofre um golpe quase fatal e todos terão de dar o melhor de si para se adaptar. 

Setenta anos mais tarde, o neto de Alonso, Jónatas, músico e artista plástico, suicida-se, arrastando consigo a sua irmã Lucinda. A carta que deixam aos melhores amigos desafia-os a seguir o fio narrativo até às causas deste trágico fim. A história terrível e maravilhosa da família: Alonso revela-se assim a David e Sofia, amigos de Jónatas e Lucinda, obrigando também David a enfrentar os seus próprios demónios. 

Excertos:
«Vou desfazer-me da caixa de modo a que nunca mais a encontrem. Ficará num local em que não poderá afectar mais ninguém. Vou mergulhar no mundo da minha maldição até ao fim dos meus dias. Punirei a minha presunção desta forma. Sei que sou uma pessoa muito perigosa e, como aconteceu na lenda de Ezequiel, que cortou a mão para que não pudesse escrever mais, também eu percebi que tenho de amputar a minha razão para que nada mais de mal aconteça.»

«Encostou a porta e foi à janela da sala. O dia começava a despontar. Somente os pombos habitavam a madrugada da avenida. Um bando sobrevoava as árvores e os prédios. As aves pousavam durante alguns segundos, inquietas umas com as outras, e, a um sinal invisível ao entendimento de Amélia, lançavam-se de novo no vazio com uma determinação de ter chegado o momento de partir para algum sítio distante, arrependendo-se logo a seguir
e voltando a pousar num outro telhado. Perguntou-se o que os faria decidir o vôo.» 

Sobre o Autor:
Nasceu em Lisboa, em 1973. Estudou Teologia, curso que deixou incompleto. Foi livreiro. Entre 2003 e 2005 manteve o blogue Bicho Escala Estantes. É casado, tem três filhas, mora na Vila de Sintra. A Quetzal publicou em 2011 o seu primeiro romance, Alçapão.

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