quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

[Opinião] - "O Despertar do Mundo" de Rhidian Brook



"O Despertar do Mundo" de Rhidian Brook, um livro que me chamou a atencao assim que a ASA anunciou o lancamento.
Nos meus anos recebi-o de prendinha e... não resisti a lê-lo: mesmo um tema dos que eu gosto.

Este livro leva-nos até à Alemanha do pós-guerra, contado com base nas experiencias do avô do autor. São muitos os livros que abordam esta época. As grandes guerras são temas dos mais variados livros, com os mais variados géneros, com mais ou menos contextualizacao histórica, mais ou menos ficcao, mas na sua maioria todos nos dão a perspectiva da Alemanha como o inimigo, e de como sacrificaram e atormentaram judeus. "O Despertar do Mundo"  traz-nos uma perspectiva diferente. Rhidian Brook conta-nos o "lado" dos alemães no pós-guerra, os alemães que ficaram nas mãos dos países vencedores e que viram o "seu" país ser dividido e ocupado por ingleses, americanos, franceses e russos; alemães que eram contra o seu proprio regime, alemães trabalhadores e que sempre se tentaram manter à parte do que o nazismo era, fazia e significava; alemães esses que viram as suas casas pilhadas, as suas vidas roubadas, que passaram fome e violência das mais variadas formas.

Mas mesmo nas piores alturas, e nos piores massacres, há sempre pessoas bondosas e que estão dispostos a dar a mão ao proximo. É o que acontece neste livro: o coronel Lewis Morgan muda-se para a casa que outrora fora de Herr Lubert e da sua filha, Freda. Mas, ao contrario do que a sua mulher, Rachel, preferiria, e ao contrario do que os seus compatriotas fizeram, Morgan deixa os proprietários da casa ficarem a viver no sótão da casa.

E no seio de uma alemanha derrotada, perdida e esfomeada, onde vencedores e vencidos vivem lado a lado, os mistérios adensam-se, as traicões acontecem e a paixão aparece, porque mesmo quando tudo está perdido...a vida continua.

Um livro cheio de emocões e de personagens interessantes. Uma perspectiva emotiva e diferente, a visao do lado dos perdedores, onde deixam de ser o inimigo, e passam a ser, também eles, vitimas do seu regime.

Uma leitura que aconselho, em especial aos fãs desta época.

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