domingo, 21 de dezembro de 2014

[Opinião] - "O Vestido Cor de Pêssego" de R.A Stival



















Vocês sabem o quanto eu gosto de romances históricos, como adoro viajar por tempos antigos, guerras e batalhas corajosas e, ao mesmo tempo, cruéis, visitar belos bailes e partilhar a mesa com reis e rainhas. Andei algum tempo sem ler este género, adoro-o é verdade, mas se o livro não me chamar a atenção não me vai prender o suficiente, e arriscando-me a não gostar prefiro pegar neles quando estou com espírito para isso.  E foi o que aconteceu com "O Vestido cor de pêssego", li-o na altura certa e foi uma leitura fantástica, que me prendeu da primeira à última página e me fez sentir as mais variadas emoções.

Neste livro viajamos até ao período das Guerras Napoleónicas acompanhados, em especial, por Adeline Boissinot, a personagem feminina principal. Conhecemos Adeline quando ela é, ainda, uma criança...mas uma corajosa criança. E essa coragem e garra é algo que marca a sua personalidade durante todo o livro. É uma jovem lutadora e que nunca baixa a cabeça, que utiliza a sua obstinação para se motivar por aquilo que quer, mas acima de tudo para se adaptar ao que a vida lhe reserva, e quando a vida não lhe sorri ela arregaça as mangas e luta na mesma. Quando a vida se torna mais difícil, Adeline vai para Paris atrás de uma vida melhor e, acima de tudo, daquele que julga ser o homem da sua vida e o seu futuro marido. Mas é quando se sente sozinha e se vê abandonada que tem que se deixar de ser menina e passar a ser mulher. Até que é acolhida na casa do general Amadeus Barnard, a Cavalaria Ligeira da Grande Armée de Napoleão. Assume um papel de criada nesta criada, cuidando do seu patrão com todo o afinco e dedicação, mesmo quando tudo parece ser mais difícil do que parece.

E é assim que conhecemos Amadeus Barnard. Acabado de chegar da guerra, ferido gravemente, precisa de todo o cuidado, e não é propriamente uma pessoa fácil de lidar. Escusado será dizer que percebemos desde cedo que este será o par romântico do livro. E coloquem romântico nisso... Amadeus é forte, cortez e reservado, tem consigo um passado trágico e uma vida de dedicação aos outros e a quem trabalha consigo, ao seu exército. 
Amadeus e Adeline têm uma diferença de idades considerável, e é interessante pois é fácil apercebermo-nos disso em alguns dos seus traços de personalidade. Mas é um casal tão romântico que, ao longo da leitura, esquecemo-nos dessa diferença e apaixonamo-nos com eles.

Este é um romance histórico que tem todos os componentes que, para mim, são fundamentais: tem conteúdo e contextualização histórica q.b, não se tornando enfadonho mas sendo bastante interessante e passando-nos factos históricos que nos enriquecem; tem conteúdo além história, mas sim conteúdo de estória, em relação aos personagens, os seus passados, as suas relações e as suas personalidades; e tem romance... um romance que vai crescendo, sem ser a um ritmo alucinante, mas sim a um ritmo que nos faz acompanhar todo o crescer de sentimentos, um amor belíssimo e que vai apaixonar as mais românticas das leitoras.

O romance de estreia de R.A Stival não podia ter sido melhor, e elevou as expectativas em relação a próximos livros da autora. Um dos melhores romances históricos que li, e que me deixou com um sentimento de vazio quando o fechei... porque não queria que tivesse terminado. Um livro que, se não tivesse tantos para ler e tão pouco tempo, leria de novo sem qualquer dúvida.

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