"O estilo de escrita é rápido, com paragens súbitas que servem ao suspense da narrativa, quase como um batimento cardíaco que é saltado, para a seguir o sentirmos com maior intensidade.
(...)
Nesta obra, o espírito de rebelião contagia-nos, revoltamo-nos contra o regime que proíbe o amor e restringe a liberdade – e somos levados a reflectir sobre a nossa condição como seres de afectos e sentimentos, sobre como o ódio ou a tristeza nos podem consumir tanto quanto o amor e a felicidade nos podem encher o coração; de como o amor pode assumir a forma de uma paixão intensa, de uma ternura infindável, do sacrifício pelo outro" in Bloguinhas Paradise
Como já
referi em opiniões anteriores, eu adoro distopias, por isso, assim que li a
sinopse deste livro, quis tê-lo nas minhas mãos de imediato. Aliás, para ser
mais verdadeira, tenho de dizer que nem foi preciso ler a dita sinopse, bastou
a frase “Se o amor fosse uma doença, aceitarias a cura?”, que se encontra na
capa do livro, para eu me interessar pelo livro.
Neste livro, Deirium, Lauren Oliver dá-nos a
conhecer uma sociedade muito organizada e com regras, tal como a nossa
sociedade. No entanto, no mundo criado pela autora, o amor é visto como uma
doença, como uma pandemia que tem de ser erradicada e à qual todos querem
escapar. Para salvaguardar a vida dos cidadãos, todos, sem excepção são
obrigados a realizar um tratamento ao completarem 18 anos, tratamento este que
cura o tão temido delírio do amor.
Na minha opinião é inconcebível viver num
mundo sem amor, sem carinho e afecto pelas pessoas com que convivemos, pois é o
amor que está na base das nossas relações pessoais mais importantes: nós amamos
os nossos pais, os nossos amigos, o nosso companheiro, e até mesmo os nossos
animais de estimação. Se nos fosse retirada a possibilidade de amar, será que
essas relações existiriam da mesma forma? Foi por essa razão que me senti algo
chocada e revoltada com as descrições que a autora faz dos cidadãos desta
sociedade, daqueles que já alcançaram a maioridade e já não “sofrem” de amor.
Lauren Oliver descreve-os como sendo pessoas desapegadas umas das outras,
desinteressadas pela vida em geral e com uma forma de viver apática que se
torna assustador de imaginar. É incrível como, retirando o amor ao ser humano,
este perde aquilo que mais o torna humano.
Com tantas expectativas que tinha com esta
leitura, corria o risco de me desapontar, mas felizmente, isso não aconteceu. Pelo contrário, adorei a forma de escrita da autora, simples mas que apela aos
nossos sentimentos e emoções, a forma como ela construiu a sociedade retratada
e principalmente, a proximidade e a forte ligação que conseguiu criar entre a
personagem principal e o leitor.
Termino assim a minha opinião com um excerto
deste livro que me marcou: “O amor, a mais mortífera de todas as coisas
mortíferas: mata-nos tanto quando o temos como quando não o temos. (…) O amor:
mata-nos e salva-nos, em simultâneo”.
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