domingo, 10 de agosto de 2014

[Opinião] - "A Princesa Mecânica" de Cassandra Clare





"Pediste-me que te aconselhasse por ser uma pessoa que viveu muitas vidas e que enterrou muitos amores e por isso posso dizer-te que uma vida é a soma dos amores que bela foram vividos (...) o que é importante é cada momento."










Quem segue o blog desde o seu ínicio já deve ter percebido que eu não sou muito dada a séries nem a livros de fantasia. Já devem ter dado conta, no entanto, que sou super fã de Cassandra Clare e das duas séries que temos publicadas, da autora. 

Comecei a ler Cassandra Clare quando saiu o primeiro livro da série "Caçadores de Sombras - Os instrumentos mortais", tendo ficado apaixonada pela sua escrita, pelos personagens e pelo ambiente para onde a autora nos transporta. Adquiri todos os livros dela até agora, sendo que também não resisti a comprar os livros de "Caçadores de Sombras - As origens".
Para quem já leu isto não é novidade, mas para quem não leu fica a informação: Em Caçadores de Sombras - Os instrumentos mortais, conhecemos Jace e Clary e o seu circulo de familiares, amigos e inimigos. Em Caçadores de Sombras -as origens, tal como nome indica, somos levados até aos antepassados de Jace e Clary, ao inicio dos tempos, onde tudo começou. E sinceramente, fiquei ainda mais fascinada com esta série, sendo que a considero substancialmente melhor e mais complexa que a outra.


"A Princesa Mecânica" é o último livro da trilogia d'As Origens, o que faz com que seja o culminar do que temos acompanhado até aqui, nos outros livros. A expectativa era alta, claro, e a autora conseguiu superá-la, sendo que este é o livro perfeito para término da série. Uma leitura cheia de emoções, muitas delas antagócas, mas todas complexas e fortíssimas, que faz o coração bater mais forte até chegarmos ao epílogo fantástico e emotivo que a autora nos oferece neste final.

Cassandra Clare conseguiu, nos dois primeiros livros, deixar o final em aberto, deixando o leitor dividido relativamente à trama e aos personagens, e sem termos grande ideia do que nos traria de seguida. Uma autora com grande mestria, com uma capacidade surpreendente em conseguir cativar o leitor através das palavras certas, com uma escrita surpreendente, magistral e complexa, que faz com que todo o livro seja único e fantástico até à ultima página.

Neste livro somos levados para uma Londres steampunk, onde a autora nos transporta para um ambiente sombrio e fascinante, acompanhando de perto personagens que nos fascinam e nos apaixonam. Desde o primeiro livro que vivemos o triângulo amoroso entre Tessa, Jem e Will, sendo que, pelo menos eu, nunca fui capaz de tomar partido de um ou de outro, sendo que nos apaixonamos por ambos, assim como acontece com Tessa. O facto de Jem e Will nunca serem inimigos nem se odiarem, antes pelo contrario, faz com que o sentimento seja tão forte que chega ao leitor com imensa intensidade. Sentimos, que para além do amor romântico que une os personagens o amor fraterno é enorme e tão intenso que prevalece acima de qualquer coisa - mesmo que isso implique que seja o próprio a sofrer, de modo a poder ver o outro feliz.

Nestes livros as personagens são tão complexas como o enredo e o ambiente criado pela autora, é dificil não nos apaixonarmos pelos diversos personagens, pois são todos importantes na trama, e são todos intensos e complexos psicologicamente, o que dá grande riqueza ao livro.

Will, um puto mimado e arrogante, neste livro torna-se um homem mais responsável, enigmático e complexo, pelo que se tornou também um dos meus personagens preferidos. Atrevo-me a dizer que Will é a personagen que mais cresce neste livro, o que foi um dos pontos fortes da leitura.

Tessa, a personagem central de todo o enredo, continua a ser uma personagem integra, contida e muito ciente das suas acções e decisões. é uma personagem bastante forte e matura.

Jem, apaixonado e noivo de Tessa, é um personagem de quem é impossível não gostar. Atrevo-me a admitir, sendo que adoroo todos os livros e personagens, que Jem é o meu preferido e que sou totalmente apaixonada por este personagem. É doce e sensível, mas muito maturo e racional. Desde o primeiro livro que Jem tem o seu destino, supostamente, traçado, sobrevivendo à base de uma droga. É uma questão de meses/anos para que o parabatai de Will sucumba devido à doença que o consome.

Para além dos três personagens principais, que compoem o trio amoroso, temos também os irmãos Lightwood, que se unem aos restantes na sua demanda contra o mal, que inclui o seu pai. Estes personagens surpreendem-nos positivamente, deixando a sua faceta cruel para trás e desenvolvendo-se positivamente. Charlotte e Henry, como não podia deixar de ser, continuam a ser o pilar do instituto. Neste livro Charlotte tem um papel forte e preponderante, sendo a importante lider de todo o clã e tomando decisões fulcrais para o final da trama. Henry, neste livro, deixa de ser o marido pateta e despistado, o que faz com que se torne um personagem ainda mais interessante. Aprofundamos ainda o conhecimento sobre os empregados do Instituto, em especial Sophie que tem um papel importante junto de alguns personagens. Neste livro surge ainda Cecily, irmã mais nova de Will, e que vem influenciar positivamente este personagem. Por último, não podia deixar de referir Magnus Bane, claro, que é um dos meus personagens preferidos de todos os livros, e que como sempre tem um papel fundamental no destino dos caçadores de sombras.

É com saudades que terminei este livro. Sendo que o li em Janeiro, estou a reler e a "retocar" esta opinião e a saudade aperta tanto que a vontade que tenho é pegar nos livros e lê-los todos outra vez. Voltar a apaixonar-me por Jem, a sofrer com Will e a racionalizar com Tessa. Uma trilogia fascinante, que não pode deixar ninguém indiferente.

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