segunda-feira, 28 de julho de 2014

[Opinião] - Trilogia "Pede-me o Que Quiseres" de Megan Maxwell





"Pois a música é algo maravilhoso na minha vida. A minha mãe dizia sempre que a música amansa as feras e que as letras de muitas canções são tão significativas para o ser humano que podem mesmo ajudar-nos a esclarecer muitos sentimentos"










Estou à meses para escrever estas opiniões, e decidi escrevê-las todas juntas, ou não fossem estes livros uma trilogia.
Li o primeiro livro, "Pede-me o que quiseres", em Janeiro, e fiquei de tal maneira assoberbada e tive que ler os outros dois assim que me chegaram às mãos. Para além disso tive o privilégio de conhecer a autora (podem ver aqui) e de falar com ela sobre esta trilogia e sobre as suas inspirações para a escrever, e isso ajudou imenso a consolidar a opinião que já tinha formada sobre estas leituras.

Começo já por dizer aquilo que todos vocês querem, realmente, saber: ADOREI esta trilogia. Sinceramente, a comparação desta com as "Cinquenta Sombras de Grey" é um dos maiores erros que se pode fazer - não tem comparação possível - não pensem "ah, odiei o Grey e portanto lá vem mais uma trilogia do mesmo género e que vai ser mais uma porcaria", porque se enganam redondamente.

Antes de passar à opinião em si, deixem-me dizer algo importante para quem tem dúvidas sobre o livro: esta trilogia não aborda o sadomasoquismo, aliás é algo a que a personagem principal feminina se recusa. Aborda sim o voyerismo, tema pouco abordado nos livros deste género, publicados já em português. Para além disso foca ainda o swing, através da oferta do parceiro a outros.

Nesta trilogia conhecemos Eric, a personagem principal masculina. Este é um homem rico de negócios que, após a morte do seu pai, decide viajar para Espanha de modo a vigiar as sucursais espanholas da empresa Muller. Tal como em muitos dos livros deste género, Eric é um homem sensual e irresistível, rico, possessivo e controlador que tem traumas que o atormentam e que guarda tormentas do passado que não o deixam viver a plenitude do presente.Sendo alemão é fleumático e rigoroso, mas apaixonado e cativante á sua maneira. Admito que é a escrita da autora que faz com que nos agarremos a este personagem e gostemos dele. Admito que vamos gostando cada vez mais do seu personagem ao longo dos três livros, crescendo este gosto juntamente com o crescimento dele como personagem. Como personagem principal feminina temos Judith, e esta sim foi, para mim, uma surpresa positiva. Judith é uma espanhola, e a autora imprimiu nela todos os característicos traços latinos. Jud é uma mulher caliente, tempestuosa e "guerreira", com uma personalidade forte. Ao contrario do que estamos habituadas a ter como personagens principais, que a meu ver parecem umas débeis mentais, esta personagem tem postura e é firme nas decisões que toma e na sua maneira de ser. São diversas as vezes, ao longo dos 3 livros, que rimos com as tiradas de Jud e com a sua impetuosidade.

No entanto, estes livros não se centram apenas nestes personagens. Ficamos a conhecer, ao longo dos três livros, toda a família de ambos os personagens principais e os seus amigos. Estes personagens têm todos papeis importantes no enredo e nas acções e decisões dos protagonistas. Admito que o meu personagem preferido é o enigmático e carismático Bjorn (sobre quem a autora tem um livro, "Surpreende-me", que eu espero que venha a ser publicado em português também *.*).

Há, nestas leituras, uma separação clara do que é o desejo físico e os sentimentos, ou seja, o verdadeiro amor. Sentimentos seguros e fortes são claramente separados do que é considerado mórbido e excitante, havendo um limite nas acções que separam uns dos outros, por exemplo, o beijo na boca é algo mais relacionado ao sentimento, e que só deve ocorrer entre o casal, estando proibido aos restantes parceiros sexuais.  O espírito aventureiro e aberto de Judith leva-a a acompanhar Eric no seu mórbido mundo, libertando-se do sexo tradicional ao qual estava habituada.

Megan Maxwell leva-nos para um mundo onde tudo é aceite, onde os desejos mais escondidos podem ser satisfeitos, e onde o prazer máximo é o limite. A autora não se reprime nem se coíbe em expôr os meus diversos tipos de sexo, descrevendo-os magistralmente e com uma linguagem adequada, que nos leva a sentir-mo-nos participantes daquilo que estamos a ler. Muitas das vezes podemos inclusivé sentir o formigueiro, como se fossemos nós a viver algo que, segundo regras sociais e do decoro, não deveriamos estar a viver.

A autora referiu, quando estivemos com ela, que quis imprimir nestes livros os desejos que muitas mulheres têm, os fetiches que muitas de nós escondem mas que nos excitam e nos levam ao limite do prazer. E fá-lo de maneira a que não seja visto como errado ou como promiscuo, mas sim como fonte de confiança e de fortalecimento pessoal e interpessoal.

Tal como perceberam, Eric é alemão e Judith é espanhola. Nestas leituras, e em especial no segundo livro, "Pede-me o que quiseres, agora e sempre", o confronto das duas personalidades e dos traços característicos de cada um são uma constante, fazendo com que este casal se diferencie dos casais que costumamos acompanhar neste género de leituras.
Nesta segunda leitura conhecemos mais profundamente a história pessoal de Eric e a sua família, em especial Flyn, o seu sobrinho de quem Eric é tutor. Esta criança vai ter um papel preponderante para o enredo e para a relação de Eric e de Judith.

A trilogia termina com "Pede-me o que quiseres ou deixa-me". Neste último volume Eric e Judith, estando casados, começam a viver as rotinas de um casal. Continuam a ter as suas actividades sexuais e a sensualidade mantém-se. As discussões e as reconciliações continuam a ser frequentes, apesar de mais esporádicas. Este último foi o livro que menos gostei, mas que adorei na mesma. É um livro com um ritmo menos frenético e mais estável, relacionalmente falando. É como que o "fechar" de uma história, e senti que não seria necessário tantas páginas para tal.

Resumindo, esta foi a trilogia, dentro do romance erótico, que mais gostei. Adorei e, agora que acabo de escrever esta opinião, só me apetece voltar a pegar nos livros e a acompanhar Eric, Jud e todos os personagens. Todos eles deixam saudades.
Uma trilogia que os amantes de romance erótico não vão querer perder, e que mesmo quem não é fã deveria ler, pois não se compara aos restantes. Uma boa oportunidade para darem uma oportunidade ao género...não se vão arrepender.


1 comentário:

  1. Gostei do primeiro, fiquei com dúvidas em relação ao segundo, vamos ver como corre com o terceiro :))

    Beijinho grande*

    ResponderEliminar