quinta-feira, 12 de junho de 2014

[Opinião] - "Perdoa-me" de Lesley Pearse



"Não sintas ciumes ou irritação do meu passado ou dos meus antigos amantes, porque quem eu sou agora, aquilo de que gostas em mim, é o resultado das experiências que tive com outras pessoas e do modo como me influenciaram." 









Já todos devem saber que Lesley Pearse é das minhas autoras preferidas. Já li todos os livros dela e é raro aquele que eu gosto menos, aliás, geralmente adoro. 

Escusado será dizer que fiquei entusiasmada quando soube que ia ser editado mais um livro seu em Portugal, "Perdoa-me" seria o título. Fiquei ainda mais extasiada quando soube que a autora estará em Lisboa nos dia 13 e 14 deste mês, e que poderei conhecê-la.

Assim que tive este livro na minha mão não consegui deixá-lo na estante e tive que lhe pegar. Andou a acompanhar-me nos últimos dias, e sempre que tinha um bocadinho livre, em especial nos transportes públicos, li-a-o afincadamente.

Mais uma vez, Lesley Pearse não desilude. Um bom livro e uma leitura que me agradou. No entanto, esta não foi uma das minhas leituras preferidas, nem me deixou com um sentimento de "vazio" quando o fechei e enfrentei o "meu mundo sem as personagens do livro". 

Algo que gosto imenso nos livros desta autora, é o contexto geográfico e histórico que envolvem toda a história. Vários dos livros da autora se passam em épocas antigas, as quais não vivi, e que portanto me levam a viajar no tempo. Leva-nos por sociedades diferentes, com estilos de vida que nos são desconhecidos. Para além disso leva-nos até lugares longinquos, e descreve-os de modo a que possamos facilmente entrar na viagem dos personagens como sendo nossa. 

Ao longo dos livros que já li desta autora já estive na América, passei pela febre do Ouro, já estive presa num barco e numa ilha, já vivi na cornualha... e muitos mais locais que me fascinaram.

Este livro passa-se na época na qual cresci, ou seja, passa-se nos anos 90. Pessoalmente prefiro quando Lesley nos leva ao século XVIII e XIX, com os longos vestidos que as personagens utilizam e os meios de transporte da época. Parece que o facto de nos transportar para uma época tão próxima da actualidade perde um pouco da magia que é a nossa imaginação. Geralmente os livros da autora levam-nos também para momentos "criticos", por exemplo, "A Promessa" passa-se na primeira guerra mundial, ou seja, a autora habituou-nos a uma contextualização histórica que é, a meu ver, um dos seus pontos fortes. 
As viagens também são poucas neste livro. A personagem principal muda, realmente, de local para local, não havendo, no entanto, muitas descrições que nos levem a "vaguear" por esses locais. O único local que me encantou neste livro foi a Escócia.

Algo a que Lesley também nos habitou foi ao seu lado um pouco "George Martin", ou seja, a matar grande parte dos personagens, e em especial aqueles por quem nos afeiçoamos. Claro que este livro não é excepção. e começa logo com uma morte. No entanto, as mortes neste livro não são "a ordem do dia". - não estou a criticar, achei bastante inteligente o modo como a autora conduziu o enredo, foi algo que gostei.

Neste livro conhecemos Eva, uma jovem que, após perder a mãe vê a sua vida virada do avesso. Tudo aquilo que julgava real se torna no seu pior pesadelo, e apercebe-se que sempre viveu uma enorme mentira. Ao decidir perceber afinal qual é a verdade desenterra segredos do passado que vão revirar ainda mais o seu mundo e o mundo de muitos que a rodeiam.

Eva é uma personagem que sofre bastante ao longo do livro, e que encontra sempre maneira de resolver os seus problemas e de levantar a cabeça. Este género de personagens femininas é imagem de marca da autora. É algo que eu gosto imenso, pois pessoalmente faz-me sentir proxima da personagem, e faz-me pensar que há sempre uma luz a seguir, mesmo quando tudo parece tão negro.

Algo que gostei neste livro foi o facto da autora nos trazer algum mistério ao redor de Eva, Flora e do passado de ambas. Até meio do livro vai-nos aguçando a curiosidade sobre o que estará escondido no passado de Eva e de Flora. Até que começamos a ligar as peças do puzzle e apensar, "não pode ser...". 

Apesar da personagem principal ser Eva, ao longo do enredo conhecemos diversas personagens com papeis muito importantes e às quais nos afeiçoamos. Ben, Patrick e Phil são as minhas personagens preferidas, em especial pelos traços das suas personalidades e pela influencia que têm na vida de Eva.

O final do livro não me cativou. Esperava algo com mais impacto, no entanto posso dizer que, para Eva, é um final feliz, ideal para as romanticas incuráveis, tal como eu. 

Fãs de Lesley, é claro que têm que ler este livro. É um registo diferente do que a autora nos habituou, e é, clro, uma boa leitura. Tenho a certeza que vão gostar, e gostaria que partilhassem as vossas opiniões comigo depois de o lerem.

1 comentário:

  1. Eu, logo que a Wook, o pôs à venda, encomendei-o logo até consegui um bom desconto. Chegou ontem, mas tenho tanta coisa para fazer, e outros dois livros dela mais antigos para ler que o meu livro terá que ficar na estante mais um tempinho... :(.

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