sexta-feira, 23 de maio de 2014

[Opinião] - "O Ano em que me apaixonei por todas" de Use Lahoz





"A Chave da Vida é vivê-la sem medo"

"Dizem que uma pessoa é do local onde se apaixona"

"Os desencontros são geniais, mantêm a esperança na perfeição"








"O ano em que me apaixonei por todas" conta-nos a história de Sylvain, um adulto jovem parisience que viaja para Madrid atrás de um amor antigo, e dos seus amores e desamores. Na verdade o titulo chamou-me a atenção e o facto de, na sinopse, referir o Sindrome de Peter Pan (o qual fui pesquisar e fiquei curiosa) fez com que quisesse lê-lo.

O inicio do livro é lento e sem acção o que fez com que estivesse quase a desistir da leitura. Mas ainda bem que insisti porque depois teve algumas surpresas.

Este livro é-nos narrado por Sylvain, o que para mim torna um bocadinho complicada a leitura pois não é o meu género de leitura preferido. Inicialmente a leitura é algo disconexa e parece que nada ali faz sentido, até ao momento em que conseguimos, realmente, apanhar o fio condutor do enredo...e é aí que a vontade de chegar ao fim do livro surge.

Sylvain tem 30 anos e, devido ao seu sindrome, tem alguma dificuldade em crescer. É um homem que foge das responsabilidades, pensa pouco na vida mas pensa muito nos seus amores e naquilo que as suas mulheres poderão pensar dele.

Sinceramente a personagem de Sylvain não me despertou qualquer interesse. Talvez tenha sido mal abordada pelo autor pois a sinopse sugere que poderia ter imenso interesse. Na verdade o sindrome de peter pan é apenas abordado nas entrelinhas, tendo sido algo decepcionante não ter sido abordado mais profundamente, tornando também o personagem mais coerente e complexo. Senti falta disso nesta leitura.

No entanto, alguns dos outros personagens agradaram-me bastante, em especial Monsieur Tartin, que reparava corações danificados por desgostos amorosos (e que claro reparou o coração de Sylvain). Este personagem fez-me lembrar um livro que já li e do qual gostei bastante, "A mecânica do coração". É um personagem interessante, culto, e que nos faz pensar sobre a vida com as suas proprias reflecções e citações.


A descoberta, por Sylvain, do manuscrito de Fournier, e consequentemente da sua intimidade é o ponto alto do livro, é a quando alguma acção surge e começamos a ficar mais curiosos. Sinceramente, agradou-me mais a vida de Fournier e as partes do livro em que "liamos" o manuscrito do que propriamente Sylvain, que me atrevo a dizer se torna numa personagem secundária no seu proprio livro. 

Este não é um livro que eu considere das minhas leituras preferidas, foi até dificil de me embrenhar na leitura. É uma leitura que eu sei que não agradará a toda a gente, mas que também sei que deixará algo em quem o ler, tal como aconteceu comigo. 

Deixem-se apaixonar por Madrid, pelo calor Espanhol, e por Monsieur Tartin... e acredito que fecharão o livro e ficarão a pensar nele.


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