segunda-feira, 14 de outubro de 2013

[Opinião] - "A Condessa" de Rebecca Johns



"Cabia-me a mim proteger-me e à minha familia, agora que Ferenc tinha partido. Uma mulher que não casa fica á mercê do mundo, dissera-me a minha mãe, mas uma viuva rica com um filho muito novo, demasiado novo para pegar nas armas e titulos do pai, tem quase tudo a perder. (...) Nada me aterrorizava mais do que a ideia de estar enclausurada e esquecida para o mundo num convento, sem nada para ocupar o tempo a não ser orações e lágrimas. Uma vida pela metade, uma morta-viva."






Terminei esta leitura há imenso tempo, e já por várias vezes voltei aqui a esta opinião, mas ela custa a sair.
Desde que ouvi falar deste livro que fiquei curiosa com ele. Como sabem gosto bastante de livros históricos, ou com um forte contexto deste género, e achei que este seria uma daquelas leituras que me iam fascinar. Mas não foi isso que aconteceu.

Custou-me imenso a entrar na leitura; os primeiros capítulos, nos quais acompanhamos a infância da condessa Erzsébet Báthory, foram quase uma tortura: achei a escrita maçadora, com um ritmo bastante lento, o que me deu algum sono...comecei a achar o livro algo fastidioso.

No entanto, e devido a variadíssimas criticas que li, decidi insistir, não desistir da leitura a meio, e continuar até ao fim, na esperança que me convencesse. Mas também isso não aconteceu. À medida que a condessa ia crescendo, admito que se tornou um pouco mais interessante. Todavia, estava à espera de sangue, de cenas chocantes e que me fizessem odiar a "condessa sanguinária", mas tudo aquilo que consegui sentir dela foi pena. Se foi uma assassina? sim, realmente foi. Mas muito do que lemos e do que nos é transmitido no livro é uma grande dose de desespero e de angustia - que foi um dos pontos fortes do livro o facto de conseguirmos sentir realmente essas emoções. Erzsébet Báthory não teve uma vida simples nem fácil, desde cedo...talvez se tenha relacionado com as pessoas erradas, feito parte dos circulos errados, e o destino também não lhe estendeu a mão. Se isso é desculpa para os crimes que ela cometeu? Claro que não, mas nunca leitura destas, esperava mais.

Sei que será uma leitura que muitos gostarão, mas atrevo-me a dizer que não é um livro para ser adorado por todos. Talvez tenha uma profundidade que eu não consegui absorver ou que não me conseguiu atingir.
Aconselho a quem gosta do género, pois sei de quem já leu e gostou, e fará certamente as delicias de muitos leitores.

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