Alegria Disfarçada
Uma lágrima escorreu-lhe na face
Cerrou os olhos por breves momentos
E como se já nada mais importasse
Deixou-se levar nos seus pensamentos.
Ao som dum vinil já velho e riscado
Imóvel e serena, assim ficou
Lembrando momentos do seu passado
E da ferida no peito que nunca sarou.
Pegou numa garrafa quase vazia
Bebeu p'ra brindar ao quê? sem saber!
E nesta sua falsa alegria
Dançou uma valsa ou outra dança qualquer.
Num sentimento já meio confuso
Assim já meio embriagada
Ela sentiu-se tão vazia de tudo
Ela sentiu-se tão cheia de nada.
Veio a noite, escura e fria
Que não tardou em chegar
Calou-se de vez a melodia
Que o velho vinil parou de tocar.
Maria do Rosário Palma
Sem comentários:
Enviar um comentário