terça-feira, 20 de agosto de 2013

[Opinião] - "O Peso da Fama" de Tara Hyland



"Quando Cara acordou nessa manhã, percebeu imediatamente que havia qualquer coisa de diferente. A casa estava silenciosa. Regra geral, a avó levantava-se primeiro e Cara acordava com o barulho dela a cirandar na cozinha. Ocorreu-lhe que talvez Theresa estivesse lá fora a recolher ovos. Assim, levantou-se e, vestindo o roupão e calçando um par de galochas, desceu para verificar.(...)
Á porta do quarto de Theresa, parou. O seu coração batia tão violentamente que o ouvia no silêncio do pequeno patamar. (...)
Assim que abriu a porta, atingiu-a um cheiro nauseabundo. "





Este foi o primeiro livro que li, e não sei bem porquê, talvez pela capa e pela sinopse, tinha expectativas relativamente elevadas. O que não foi de todo positivo pois, em grande parte, a leitura não correspondeu ao que esperava.

Não é uma má leitura, e gostei de alguns pontos dos quais falarei mais à frente. A escrita da autora é simples e fácil de seguir, sendo fácil enveredarmos no livro e vaguearmos na imaginação daquilo que se lê.
Em "O peso da fama", Tara começa com um prólogo que deixa, logo de inicio, imensa vontade de saber o que se esconde ao longo das páginas seguintes. No prólogo ficamos a conhecer Marie, uma jovem num orfanato que fica com um bebe que tem um determinado problema a seu cargo. O casal misterioso é o que mais nos intriga.
Após esse inicio que nos deixa bastante curiosos, passamos a maior parte do livro a conhecer a vida de Franny, uma jovem que sucumbe aos prazeres do amor, e que se vê abandonada a braços com uma criança no ventre. Anos mais tarde tem a oportunidade de seguir o seu grande sonho - ser actriz em hollywood - e decide abandonar tudo, inclusivé a filha, para seguir o seu maior desejo. Ao longo dos anos vive uma vida de luxo, renegando tudo aquilo que deixou para trás.
Entretanto, vamos seguindo a vida da pequena Cara, que após ser deixada pela mãe a viver com uma avó que não conhece, aprende a suportar a dor da ausência daquela que a abandonou, mas que sempre lhe disse que a ia buscar.

A vida de Franny começa, aos poucos, a tornar-se bastante monótona e previsível para o leitor, um mundo de festas, luxos e muitos excessos. Esta torna-se numa personagem que, pessoalmente, tive dificuldade em gostar.
Por outro lado, a vida da sua filha faz com que ainda goste menos da personagem Franny. A pequena, tendo sido abandonada pela mãe, e tendo sido sempre escondida do mundo pela avó, quando esta morre, vê-se obrigada a ir para um orfanato onde tem uma vida complicada. A vida dá voltas e, ela acaba por voltar onde tudo começou, e acaba por procurar a mãe.

O final torna-se mais interessante acabando por se descobrir o que realmente aconteceu e quem era, afinal, a criança do prólogo que tanta curiosidade nos suscitou.

Em suma, é um livro que se lê bem, mas achei que se tornava massudo e previsível,pelo que, por mim, o que realmente gostei do livro, poderia ser contado em menos páginas, tornando-se talvez mais aliciante. No entanto, tem alguns ingredientes que muitos leitores apreciarão, especialmente quando estamos quase a chegar ao final e começamos a juntar algumas peças na cabeça e a compreender que os julgamentos que fizemos ao longo do livro eram realmente acertados.

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