quinta-feira, 15 de agosto de 2013

[Opinião] - "O Filho das Sombras" de Juliet Marillier

"Deixei as minhas dúvidas para mim própria. Não duvidava de que esta era a tarefa de que Finbar me falara, uma tentativa curativa, que levaria as minhas capacidades ao limite. Mas Bran parecia sem vida, já longe, como se a sua vontade tivesse ficado naquela minúscula e sombria prisão, onde Eamonn o confinara. Quase como se acreditasse que era lá o seu lugar. À medida que o Sol foi percorrendo o céu, soube que ele me estava a fugir. Ele dissera de si próprio, uma vez: Só sirvo para viver na escuridão, e, volta para o teu canto, cão. Portanto,no fim de contas, fora exactamente o que ele fizera. Fechara-se dentro de si próprio e trancara a porta. Para a abrir de novo, tinha de descobrir o caminhos para as suas memórias, para os segredos que ele me dissera um dia estarem melhor se ficassem enterrados."



Desde que fui impulsionada por uma das leitoras do blog a ler Juliet Marillier que não consigo largar. Comecei com O Filho de Thor (opinião aqui) - que ainda está em standby na minha cabeça por querer ler a sua continuação e ainda não ter arranjado o livro -  li ainda Shadowfell (opinião aqui), e, claro, dediquei-me a esta trilogia, começando com A Filha da Floresta (opinião aqui).

A escrita da autora cativa-me desde a primeira página, as suas descrições transportam-nos para um mundo mágico, onde todos os elementos se conjugam, onde existem dons que podem ser a salvação de um povo, bem como o seu maior infortúnio. As personagens são, na sua maioria, bastante completas, nunca estando descontextualizadas, e sendo todas importantes para a trama. O facto dos livros, em especial desta trilogia, estarem escritos na primeira pessoa, pela personagem principal, leva-nos ainda num emaranhado de emoções e de pensamentos, os quais temos dificuldade em abandonar quando chegamos à última página.

Em A Filha da Floresta, a história é narrada por Sorcha, a única rapariga de 7 irmãos, que tem que passar por uma dura provação para salvar a vida daqueles que cresceram a seu lado. Neste livro conhecemos Liadan, filha de Sorcha. Muito parecida com a mãe, com os dons de Sorcha e de alguns dos seus irmãos, como Connor e Finbar, Liadan é a mais nova das duas meninas que o casal teve, e tem consigo o peso de manter Sevenwaters protegido, bem como o facto de ela poder ter um importante papel na reconquista das Ilhas. No entanto, Liadan luta por aquilo que quer com coragem, indo contra as suas visões e contra aquilo que os seres do outro mundo lhe indicam. Luta pelo amor que sente por Bran, pela sua irmã, e por todos aqueles que ama, não desistindo do que quer.

Mais uma vez a autora não desilude, como ainda eleva mais a fasquia dos seus livros. Atrevo-me a dizer que este é o melhor livro da autora, pelo menos dos que já li, é sem dúvida. Uma leitura fascinante e ao mesmo tempo arrepiante, onde é impossível não gostar de Liadan, não recordar com saudade Sorcha e os restantes irmãos e marido, não amar o Homem Pintado e não sentir compaixão por todos aqueles que lutam ao lado do Chefe, com todas as suas histórias de vida tortuosas e difíceis. Um livro que me deixou com uma saudade imensa da sua história assim que o fechei... Aconselho, sem dúvida, esta autora, e em especial esta trilogia, tendo sempre este livro como sendo o que mais gostei.

1 comentário:

  1. Já li os 6 livros sobre Sevenwaters e adorei. Já li também o Shadowfell e agora ando atrás dos livros mais antigos dela. É sem dúvida a minha autora preferida :)

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