quinta-feira, 20 de junho de 2013

[Opinião] - "Um Amor Perdido" de Alyson Richman



"Quantas vezes regressei a essa última imagem que guardo dela? A minha mãe, outrora tão bela, de pé, como uma garça. O longo pescoço alvo a espreitar acima do colarinho do vestido sujo. A coluna curvada, esforçando-se por se endireitar. É já uma aparição, a pele tão translúcida como a casca de um ovo. Olhos de um verde aquoso. Olha para mim e para Marta, comunicamos através do medo. Como se tivéssemos um código secreto de gestos - o piscar rápido dos olhos, a tremura dos dedos que temos medo de levantar - digo à minha mãe que a amo. Ligo-me a ela, apesar de a minha irmã e eu estarmos numa fila e ela noutra. A minha mãe. Tenho-a hoje presa na minha mente num abraço eterno."




Como já muitos de vocês devem ter lido em algumas opiniões, eu gosto muito de livros que tenham um bom contexto histórico. Sou uma apaixonada pela Segunda Guerra Mundial e pelo Holocausto.
Este livro passa-se exactamente durante o período do Holocausto, pelo que me chamou logo à atenção.

Nesta leitura conhecemos Josef e Lenka, um casal de judeus que se vê separado por circunstâncias da guerra. Quando a ocupação Nazi chega a Praga, todo o conforto e a qualidade de vida que Lenka e a sua família tinham desaparece. Como muitos dos seus conterrâneos, veem-se obrigados a alterar o seu estilo de vida, e, a tentar fugir do país. Lenka, uma jovem estudante, apaixona-se por Josef, e casam-se pouco tempo antes do culminar da ocupação pelos homens de Hitler. Josef e os seus pais conseguem vistos para a América, no entanto, o amor pela família fala mais alto, e os valores de Lenka fazem com que ela se separe do seu recém marido.

É, ao longo de mais de 300 páginas, que vamos acompanhando a vida destes dois personagens, afastados do amor pela guerra, que tanta gente matou. É durante esta leitura que vamos sabendo como Lenka viveu os seus anos com a sua família, longe do marido, e como é que este refez a sua vida na américa, longe do sofrimento da mulher que amou.

Um livro viciante, que só consegui largar quando o fechei, após ler a última página. Li-o num par de horas e, após a sua leitura, vivi a história de Lenka e de Josef na minha cabeça. Cada vez mais os livros sobre o holocausto e o nazismo me fascina. Mas acima de tudo um livro sobre o amor fraterno, o companheirismo e amizade, uma leitura sobre a luta pela sobrevivência num mundo onde a ambição louca de um homem leva à morte macabra de milhares de pessoas.

Aconselho, sei que alguns dos leitores gostarão tanto deste livro quanto eu.

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