terça-feira, 11 de setembro de 2012

[Opinião] - "O Despertar do Adormecido" de Alistair Morgan


"Ri e o mundo rirá contigo. Chora e ficarás com o rosto molhado".


"Não posso dizer que durante as semanas que antecederam as férias nunca pus a hipotese do suicidio. Parecia-me uma saída válida e nobre para a trapalhada que tinha feito da minha vida. Sem dúvida que Deborah ficaria melhor sem mim, e que Isabelle seria poupada ao incómodo de me ter como pai."





 Amanhã publico o resultado do passatempo que tem este livro para oferecer. Assim, hoje sai a opinião:)

Esta é uma leitura, não digo comovente, mas tocante. O tema principal é a perda de alguém que nos é muito próximo, e todas as consequencias que a nossa vida sofre com o desaparecimento dessa pessoa.

O livro conta-nos a história de John, um homem que acorda de um acidente, sem se lembrar que a sua mulher e a sua filha morreram num acidente, do qual, mais tarde, ele se vai sentir culpado. É com a ajuda de Rebecca, sua irmã, que John parte para Nature’s Valley, para poder reorganizar a sua vida. Aí conhece outra familia envolta em perda e em dor, o que ajuda a que John ponha as suas ideias no lugar.

Com uma escrita de leitura bastante acessivel, e sem "tempos mortos", Alistair Morgan leva-nos numa viagem, não apenas pelas terras sul-africanos, mas como pelos caminhos dolorosos e tortuosos da dor, da perda, do sofrimento e da mente humana. Faz-nos reflectir sobre o que causa a dor quando perdemos outra pessoa: estará realmente relacionado com aquele que morreu ou, sim, com a nossa quebra de rotinas, do quotidiano, do nosso dito normal? Poderá o homem ser egoista, sem realmente saber que o está a ser? Como se reorganiza a vida quando perdemos quem amamos? Como podemos viver com a culpa dentro de nós? Ou com o sentimento de esquecimento, quando tentamos olhar em frente?

O único ponto menos positivo que dou é ao final do livro. Poderia ter sido finalizado com mais algumas páginas, sintio que ficou, de algum modo, inacabado. Gostaria que o autor tivesse contado um pouco mais, desenvolvido melhor a historia de john, e da familia de Roelf.

No entanto, aconselho a sua leitura, é uma leitura introspectiva e perturbante. Gostei.

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