quinta-feira, 6 de setembro de 2012

[À Lareira com...] INTERNACIONAL - Juliet Marillier





À Lareira com...Juliet Marillier, autora da série Sevenwaters.


Fale-nos um pouco sobre si:
Nasci na Nova Zelândia e agora vivo em Perth, na Austrália. Antes de me tornar escritora a full-time tive diversos trabalhos, incluindo professora de música. Tenho 4 filhos adultos, e 6 netos. Nos meus tempos livres gosto de tricotar, ler e passear com os meus cães.

Estudou música em Toronto e foi cantora de Ópera. O que a música significa para si?
Cresci no seio de uma família musical, e sempre adorei música típica na minha cultura (música escocesa e irlandesa). Estudei musica na Nova Zelândia (tenho o bacharelato em música da Universidade de Otago) e no Canadá, e sim, fiz bastantes performances como cantora, bem como na realização de coros. Actualmente não faço muito como cantora, mas continuo a adorar ouvir música – gosto de música popular tradicional, em especial. A música suscita sentimentos profundos no ouvinte; abre-nos a imaginação.

O seu primeiro romance foi publicado em 1999. Quando e como surgiu a ideia de escrever um livro?
Escrevi imenso quando era mais nova, e estudei Literatura Inglesa na universidade (também tenho um curso em humanidades, tal como em musica). Mas durante muitos anos não me dediquei muito a escrita criativa, devido a estar ocupada a trabalhar e a criar os meus filhos. Depois de um período conturbado na minha vida pessoal escrevi o meu primeiro romance, “A Filha da Floresta”, sem ter a intenção de o publicar – era mais algo terapêutico do que outra coisa. Mas fui suficientemente afortunada e consegui um contrato para 3 livros, com a Pan Macmillan Australia, e a minha carreira na escrita partiu daí.

Onde se inspira para escrever os seus livros?
A minha inspiração vem de diversas fontes. Adoro ler sobre história e, toda a minha vida, tenho sido apaixonada pela mitologia, o folclore e os contos de fada, por isso estas têm sido algumas das minhas grandes fontes de inspiração. Mas também me inspiro nas pequenas coisas do dia a dia, na forma como as pessoas se conseguem aguentar e encararem corajosamente os desafios que lhes surgem, a interacção entre pessoas, eventos que abanam o mundo em que vivemos. Eu leio muito (fora do meu género) e tento manter-me atenta ao que acontece no mundo. Há bom material para criar histórias em todo o lado.

Tem uma rotina de escrita ou apenas escreve quando está inspirada?
Oh, tenho definitivamente uma rotina. Como profissional a full-time não me posso dar ao luxo de escrever apenas quando quero. Preciso produzir, pelo menos, um livro por ano para manter a minha editora contente, por isso, escrever, para mim, é um dia de trabalho a tempo inteiro. Tenho que dizer que, às vezes, me sinto desinspirada. É nessas alturas que aproveito para fazer todo o trabalho adicional que vem com a carreira de romancista: pesquisar, editar, publicitar, fazer as minhas contas, escrever no blog e assim. Trabalho várias horas todos os dias.

Porque é que decidiu apenas em 2003 tornar-se escritora a full-time?
Esperei até ter uma certeza razoável de que conseguia viver disso depois de deixar o meu emprego diário num departamento do governo. Esse era um trabalho relativamente bem pago e eu sou, naturalmente, uma pessoa cautelosa, especialmente no que diz respeito à minha segurança financeira. Nessa altura eu ainda tinha filhos em casa, e tinha que providenciar a sua educação. Talvez se tivesse publicado o meu primeiro livro mais cedo estivesse preparada para correr mais esse risco. No geral, escrever não é uma profissão muito bem paga – as pessoas o fazem para ser rico ou famoso.

Duarte, o pirata Português que aparece em  “O segredo de Cibele”, irá aparecer em mais algum livro?
Gostava muito de poder dizer que sim, pois gostei muito de escrever o Duarte, mas acho que será pouco provável. Tenho a certeza que ele navegou por muito mais aventuras e espalhou charme por muito mais jovens.

Tem algum projecto em mãos neste momento?
Tenho dois projectos a decorrer de momento. Em Março de 2013 será publicada a colecção dos meus contos de ficção, com a Ticonderoga Publications. Essa colecção irá incluir alguns contos já publicados e alguns novos, escritos especialmente para a ocasião e terá o nome “Prickle Moon”. Estou a trabalhar nas novas historias e a escrever o terceiro livro da série Shadowfell. É a minha nova série para jovens adulto, uma história de tirania e rebelião numa versão mágica da Escócia antiga. “Shadowfell”, o primeiro da série, será publicado em Portugal pela Planeta. A edição australiana foi publicada em Julho, e uma outra edição da KnopfUSA sai em Setembro.

Como se sente ao saber que alguns dos seus livros são um sucesso noutros países, como por exemplo em Portugal?
Fico muito satisfeita por saber que os meus livros são publicados internacionalmente que são apreciados pelos leitores em locais como Portugal, França ou Holanda. Foi um prazer  especial fazer 3 visitas a Portugal e conhecer os meus entusiásticos leitores.

Gosta de ler? Diga-nos, por favor, um dos seus livros preferidos.
Adoro ler por prazer, e gostava de ter mais tempo para o fazer. Um livro que eu gostei realmente, mais recentemente, foi “The Snow Child” de Eowyn Ivey, que se passa no Alaska, e é baseado num conto de fadas russo. Tenho muitos, muitos livros favoritos.

Partilha a sua casa com alguns cães resgatados das ruas. Gosta de animais?
Adoro animais, cães em particular. Sou uma grande apoiante do resgate de animais e eu alimento cães de um dos grupos de resgate local, mas muitas vezes os meus filhos caninos adotados acabam por ficar comigo permanentemente.

Já visitou Portugal. Gostou?
Como referi acima, fiz 3 visitas a Lisboa, e conheci fãs do grupo Mundo Marilier. Sim gostei, iria adorar voltar a Portugal, apesar de eu pedir ao meu editor que organize de modo diferente da próxima vez. Na minha última visita os fãs esperaram durante horas , apenas para conseguirem um autografo e algumas palavras da minha parte, e eu peço desculpa por isso. 

Para terminar, deixe uma mensagem aos seus fãs.
Adoro-vos a todos e aprecio realmente o maravilhoso apoio que me dão a mim e à minha escrita. Espero que gostem de “Shadowfell “quando for publicado pela Planeta.


2 comentários:

  1. Simplesmente adorei!!!
    Adoro está senhora, já li todo os livros dela e já me fez passar momentos maravilhosos!
    Fiquei um nikinho triste com a lágrima no olho por causa do Duarte :'), mas aguardo ansiosamente mais um livro dela para, sonhar, e viver no mundo Marillier, que tanto me apaixona.

    Obrigada a ela por escrever como escreve.

    e a ti Margarida por está maravilhosa entrevista.

    ResponderEliminar