quarta-feira, 6 de junho de 2012

[Opiniões Tertulianas] - "Divergente" de Veronica Roth




"Divergente caracteriza-se como sendo absolutamente arrebatador devido sua narrativa intensa, uma narrativa onde a barreira entre o bem e o mal é quase inexistente, onde as personagens nos conquistam pelos seus extremos repletos de emoção e onde a vida, a sociedade, se encontra distorcida aos limites do inimaginável." in As Histórias de Elphaba







Divergente é o primeiro livro da trilogia da jovem Veronica Roth. Foi editado em Maio, em português, pela Porto Editora e em breve poderemos ter uma adaptação cinematográfica. O género do livro enquadra-se na ficção científica para jovens e adultos.

O facto de ter sido escrito na 1ª pessoa ajudou a construir uma excelente narrativa e incita a uma boa leitura da parte dos leitores.
Tive de esperar algumas semanas para poder comprar o livro e admito que me despertou um interesse inocentemente obsessivo, quando ainda estava a ler Os Jogos da Fome, de Suzanne Collins, com o qual tem sido bastante comparado.

    Não obstante a comparação que têm feito com a bem-sucedida trilogia de Collins, posso assegurar até à data, com apenas um livro lido, que as únicas semelhanças são mesmo o cenário futurista, a opressão que as facções impingem aos seus seguidores e as reviravoltas que vão surgindo.

Em Divergente, a acção desenrola-se numa Chicago futurista que se encontra dividida em cinco facções que defendem uma virtude específica. Os Cândidos (a sinceridade), os Abnegados (o altruísmo), os Intrépidos (a coragem), os Cordiais (a amizade) e os Eruditos (a inteligência). Ao atingirem os 16 anos, os jovens têm de esclarecer perante todos, na Cerimónia da Escolha, a facção a que irão pertencer para o resto das suas vidas.

Temos, por isso, a personagem principal, Beatrice Prior, que acabou de completar os tão aguardados 16. Vive com os seus pais e o irmão Caleb, na facção dos Abnegados.

Quanto a Beatrice… Que dizer sobre ela? Beatrice, ou Tris, como mais tarde prefere ser chamada, é frágil, mas não insípida. É forte de espírito e tem uma capacidade mental incomum. É determinada, lutadora e… Divergente. Esta última característica é a que originou o nome do livro. Óbvio. Mas só posso dizer que ficou brilhantemente explícito e explicado ao longo da história.

Não vou explicar o significado de Divergente. Só posso dizer que a definição que os dicionários nos dão não descortina o significado contido nas páginas do livro e na vida de Beatrice.

A acção começa com a decisão que ela terá de tomar relativamente à facção a que quer pertencer. Uma decisão que surpreende tudo e todos, inclusive a ela própria.

Continuando, como todas as histórias que envolvem jovens, nesta está também inerente uma história de amor. Só consigo dizer que quase mal damos por ela se desenvolver. Começa de forma tão… inocente e espontânea! É uma relação dada como proibida que enclausura pequenas discussões, humilhações e vários momentos carinhosos.

Por fim, sinto-me tentada a abrir um bocadinho mais a ponta do véu sobre a sociedade distópica criada pela escritora. Veronica mostra uma sociedade repartida que se proclama perfeita. Dizem eles (os que mandam) que as virtudes divididas ajudam a governar com sabedoria e paz. Dizem que com as facções, é impossível surgir corrupção no seio da sociedade e que todas elas se ajudam mutuamente. Nada podia ser mais falso. Nada podia estar mais longe da realidade. Típico da insignificância humana. Mesmo à moda de grandes desastres como Titanic ou as Torres Gémeas. Quando tudo parece bem aos olhos dos seguidores das facções, são os jovens que transitam para outras, através da Escolha, que mais vêem a verdade como ela é. Nua e crua. Vêem a sociedade como ela sempre foi. Comandada por pessoas sedentas de poder e envolta numa espiral de conspirações. E é assim que o livro se desenrola e os minutos dão lugar às horas quase sem darmos por isso.

O que mais me surpreendeu foi o facto de a escritora ter sensivelmente 21/22 anos, quando escreveu a obra. A sua escrita é extraordinariamente fluída, as descrições bastante reais e movimentadas. Não é uma leitura cansativa. Muito pelo contrário. A história de amor não é repleta de clichés que vemos em muitos filmes ou lemos nos outros livros. Não há cá nada de muitas lamechices! Eu disse muitas, não disse nenhumas! Pode haver umas carícias, uns beijinhos, umas mãos entrelaçadas. Mas é só. O que torna tudo muito mais empolgante. Tudo muito mais desejável.

Não houve uma única página que eu não ansiasse por virar. Talvez, com excepção da última, por saber que ao virá-la, terminaria o livro e não teria uma continuação (em português) para saciar a minha “fome”. 

 Terminei-o ontem e anseio por voltar a lê-lo. Assim que puder, relê-lo-ei. O segundo livro foi editado no dia 1 de Maio, nos Estados Unidos. Ainda falta algum tempo até ser traduzido e editado em português. O Terceiro livro encontra-se em desenvolvimento e a escritora vai criando um suspense engraçado ao denominá-lo de “Detergente”, no seu site.

 Ray

2 comentários:

  1. Fiquei super curiosa com o livro!!


    http://placequotehere.blogspot.pt/2012/06/last-song.html

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  2. O livro é ótimo e tem página no Facebook em português!!
    Vamos fazê-la crescer!!
    https://www.facebook.com/divergente.veronicaroth

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