sábado, 23 de junho de 2012

[Opinião] - "A Cidade Impura" de Andrew Miller



"Tais histórias reconfortam os irmãos. Tais histórias possibilitam-lhes não contar outras historias, como aquelas em que o seu pai usa liberalmente os punhos, o cinto, o bordão, as botas, tiras de couro ou um par de manoplas acabadas de coser, para espancar os irmãos, Henriette ou a esposa, até se deixar cair no chão exausto e a tremer convulsivamente."


Ficha do livro aqui.



Este foi um livro que demorei o que considero uma "eternidade" a ler, por várias razões. Primeiro porque ando em exames na faculdade, e quando chego á noite só me apetece dormir. Depois porque inicialmente o livro não puxou por mim, os primeiros capitulos foram lidos quase como por obrigação, e a escrita do autor não era muito fácil.

Aos poucos fui-me acostumando com o tipo de escrita, bastante descritivo (e como já aqui referi não gosto muito de grandes descrições) e o enredo começou a puxar-me e a agarrar-me.

O autor leva-nos até Paris nas vésperas da revolução, e envolve-nos num clima controverso, entre cenarios vivos e cheios de beleza e cenários mais sombrios e mórbidos. Ou não fosse mesmo a historia falar-nos sobre a demolição do cemitério Les innocents.

As personagens relacionam-se de forma harmoniosa, tornando o livro rico por isso mesmo. Ao longo de todo o enredo ficamos a conhecer Jean-baptiste Baratta, o persoangem principal. No entanto, muitos outros personagens se vão cruzando no caminho deste homem. Alguns personagens podiam estar mais descritos, pois mesmo sendo menos relevantes para a historia em si, ficamos a querer saber mais sobre os mesmos.

O autor consegue fazer-nos entrar e viver naquela cidade, tão leve e tão bela, mas tão escura e tão degradada ao mesmo tempo. Conseguimos viver as duvidas, as tormentas e as criticas que Baratte passa ao longo do enredo. Mostra-nos como por vezes é dificil viver com os outros, e connosco proprios, com as crenças e valores, sobre conseguirmos viver com o bem , ou mal, daquilo que fazemos.

Não é, de todo, o meu estilo de livro, admito. Mas considero que é uma obra que tem tudo para se tornar um clássico e para muitos dos leitores mais exigentes gostarem, devorarem, e ficarem a ansiar por mais.
Após a sua leitura, consigo perceber o porquê da frase do Daily Express "Se gostou de O Perfume, não perca esta obra.". Um livro que toca o mórbido, de uma maneira viva e cheia de belas descrições.

2 comentários:

  1. Olá :)
    Terminei de ler o livro há dias e adorei. Mas não concordo com a frase do Daily Express, não faz sentido, e se faz só se for pelos cheiros que Paris emanava na altura.
    O Perfume considero um livro genial pelos temas que toca no que diz respeito ao "ser".

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  2. Olá Paula.
    Que bom que gostou:)
    Eu só vi ofilme do "Perfume", não comparo a historia em si com este claro;)

    :D

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