domingo, 24 de junho de 2012

[À Lareira Com] - Vasco Ricardo

Hoje, uma conversa com Vasco Ricardo.


À Lareira com Vasco Ricardo...autor do livro " A Trama da Estrela".


Fale-nos um pouco sobre si
Como pessoa sou observador e calmo, mas também brincalhão e atrevido. Sou desinibido quando me encontro num meio que conheço e reservado quando encaro algo que me é estranho. Agora que penso nisso, acho que existe em mim uma espécie de instabilidade que não consigo controlar, apesar de ter perfeita consciência das causas que a provocam. Possuo gostos simples e ainda acredito na verdade e na bondade.

Publicou recentemente o seu livro “A Trama da Estrela”. O que nos pode revelar sobre ele?
A Trama da Estrela’ é uma ficção actual e frenética, que oscila entre certos acontecimentos graves provocados por indivíduos misteriosos e a interacção espontânea, desinibida e algo irresponsável de três jovens oriundos de culturas diferentes, mas com muito em comum entre eles.

Como surgiu a ideia e a oportunidade de escrever este livro?
A ideia de escrever este livro surgiu através de um clique. Foi num espaço que raramente visito, o Arrábida Shopping, em Gaia, quando estava sentado na esplanada com vista para o Douro. Rapidamente tive de esquematizar a ideia num guardanapo (quem o ler perceberá a razão). Oportunidades de o escrever não faltaram, pois passado uma semana nasceu a minha filha que, por acordar incessantemente durante a noite, deu-me tempo que chegasse e sobrasse para o efeito.

Os personagens são todos provenientes de nações distintas. Está relacionado com o ter nascido em França e teres vindo viver para Portugal?
Boa questão, nunca tinha pensado nisso. Vivemos num mundo cada vez mais global apesar de ser mais valorizada, pelo menos em Portugal, a escrita acerca das nossas raízes. Eu, como português nascido em França e sempre saudoso da minha pátria quando longe dela, orgulho-me mais do ninguém deste pequeno país, suas gentes e cultura. Contudo, como devia estar a ser assolado por um daqueles momentos instáveis que anteriormente referi, apeteceu-me contrariar a tendência literária portuguesa e escrever sobre os outros e não sobre nós. Resumindo, talvez tenha tido alguma influência o facto de eu ter nascido e vivido fora de Portugal, ainda que de forma inconsciente.

Quando começou a sentir o gosto pela escrita?
Sempre gostei de histórias, de livros, de filmes, de letras de canções, ou seja, de criação relacionada com mensagens inovadoras e palavras inteligentemente organizadas. Adoro ler e um dia ousei escrever. Agora que lhe perdi o medo não quero parar. A primeira ficção foi escrita há 3 anos. Mas muito antes rabiscava ‘coisas’ que temia mostrar.

Afirma não ter descoberto a verdadeira razão pela qual sente vontade de escrever. Mas, numa palavra, o que a escrita significa para si?
É verdade, ainda não o fiz. Numa palavra, a escrita significa um sentimento que sempre me persegue quando teclo algo da minha autoria: liberdade. Não se trata de uma liberdade física, mas sim de uma sensação de ausência de limites em todas as direcções. É a única forma de me sentir verdadeiramente livre.

Tem algum projecto literário em mãos neste momento? Se sim, pode divulgar-nos um pouco sobre ele?
Sim. Neste momento, tenho praticamente concluída a 7ª ficção. Todos os temas que abordo são diferentes, embora que actuais e, de alguma forma, arrojados e originais. Este último trata da história de uma rapariga viciada em livros que, em virtude de determinadas e estranhas ocorrências que envolvem a sua vida, vê-se à beira de um abismo mental, perdendo a certa altura a noção do que é real. Em termos editoriais, entrarei na mais recente colectânea da Pastelaria Studios Editora, ‘Corda Bamba’, a ser lançada ainda este mês, com um conto intitulado de ‘O Rochedo’ que tende a retratar uma travessia na corda bamba da vida sentimental (não amorosa, porque deixo para os outros escreverem sobre amor). No que concerne a livros, há muito por onde editar, a ver vamos se o farei.

Para terminar, deixe uma mensagem aos nossos leitores.
Leiam e, de vez em quando, arrisquem na compra de um livro da autoria de um desconhecido. Podemos falhar por vezes, mas quando acertamos sabe imensamente melhor do que um best-seller qualquer.

Obrigada Vasco Ricardo

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