Bom dia e Bom 25 de Abril. Estão de feriado ou a trabalhar? Onde estavam no 25 de Abril de 1974?
Bem, eu nem sequer estava a ser pensada pela minha mãezinha, mas gostava de ter um poder mágico e poder regressar no tempo e ver e viver o 25 de Abril. :D
Bem, hoje deixo-vos um À Lareira Com, Carina Portugal. Que acham?
À Lareira Com...Carina Portugal
Fala-nos um pouco sobre ti
Falar de mim… uma daquelas coisas para a qual não tenho muito jeito. Vejamos, chamo-me Carina, mas no mundo cibernético sou muitas vezes conhecida por “Leto of the Crows” ou simplesmente “Leto”. Tenho 22 anos e sou formada num curso espectacular para o qual há muito pouco emprego: Biologia (ramo de Biologia Molecular e Genética), por isso, sim, estou desempregada. Desde pequena que sempre tive um gosto particular pela escrita, de poder criar histórias e aventurar-me nas próprias palavras e poder sentir a sua magia. Para divulgar esse gosto ao mundo, criei um blogue não muito frequentado, ao qual chamei “As Ameias do Crepúsculo” http://asameiasdocrepusculo.blogspot.pt/ (e não, não tem nada a ver com pseudo-vampiros que brilham ao Sol).
Como surgiu a ideia de escreveres “O Retrato da Biblioteca”?
Há cinco anos atrás, depois de finalizar os exames do 12º ano, estava eu a escrever em duas fanfics e a pensar para mim “estou a ficar cansada de escrever histórias em mundos que não são meus. Porque não criar personagens próprias e locais próprios?”. Foi nessa altura que decidi escrever “O Retrato da Biblioteca”. Ao princípio não tinha certezas do rumo da história, deixei que fossem as personagens a decidir.
Porque razão não foi publicado, estando apenas em formato e-book?
Esta não é uma pergunta difícil de responder, o mesmo já aconteceu a muitos mais autores iniciantes. Quando me surgiu a ideia de publicar o livro, enviei-o a algumas editoras. O que aconteceu foi: a falta de resposta de algumas; a negação à publicação por outras; a publicação com base num patrocínio do autor; e uma chegou mesmo a dizer que estava interessada em publicar, que não era preciso pagar, que enviariam um contrato… mas o contrato nunca chegou, enviei-lhes e-mails aos quais não responderam e cheguei mesmo a telefonar, altura em que disseram que não sabiam de nada, por isso deixei de insistir.
Face ao panorama, pensei numa edição de autor. Porém, havia um pequeno problema – não tinha fundos para sustentar a impressão do livro. A hipótese que me restava seria publicá-lo em formato de e-book e, a bem da verdade, não me pareceu tão mau quanto isso. No final de contas, qual é realmente a intenção de escrever um livro? Primeiro de tudo, é ele ser lido. O dinheiro que se possa fazer com a venda, apesar de sempre bem-vindo, é acessório. Penso que a maior recompensa para um escritor não é ganhar dinheiro, é ser lido.
Assim sendo, um e-book de um escritor iniciante, principalmente se for gratuito, é bastante mais apelativo do que a necessidade de se pagar 15€ por um livro do qual desconhecemos a qualidade. Para além disso, é uma forma fácil de se obter feed-back para poder melhorar tudo o que precisa de ser melhorado, tanto na escrita como na concepção da história.
Tens tido boa receptividade por parte dos leitores, sendo e-book?
Tenho tido alguma receptividade, o que em muito me agrada, mesmo sabendo o quanto algumas pessoas detestam e-book’s. Eu própria também não sou muito fã de livros electrónicos, mas não digo que não se forem grátis, principalmente porque gosto de ler novos autores, ver como evoluem.
(Já agora, para quem estiver interessado em lê-lo:
Tens outro livro do qual fazem parte contos da tua autoria, “Os Passos do Destino”. Fala-nos um pouco sobre ele.
“Os Passos do Destino” já tem uns aninhos de existência e é um livro de quatro contos: dois meus e dois da escritora Carla Ribeiro. Todos eles têm como base aventura e acção. Pelo que me diz respeito, os contos que escrevi intitulam-se “Pluma Escarlate” e “A Profecia”, sendo o primeiro sobre piratas e o segundo de fantasia. Gostaria de um dia poder explorar um pouco mais a história de cada um.
Gostarias de, um dia, ver estes dois livros nas prateleiras de uma livraria?
Não é fácil responder a esta questão. Acho que qualquer autor gostaria de ver as suas obras nas prateleiras de uma livraria, saber que alguém lhes pega, que as folheia… No entanto, por entre este sentimento, surge a sensação de perfeccionismo, de que se quer melhor, de se pensar que a obra não está suficientemente boa. E isso rivaliza com o gosto de ver os livros à venda numa livraria.
Tens algum projecto em mente, no mundo da escrita, para breve?
Para já, estou a terminar de escrever a história que segue “O Retrato da Biblioteca”. Para quem possa não saber, o livro faz parte de uma trilogia. Este segundo irá intitular-se “O Príncipe do Mar do Interior”. Tenho outros projectos em mente, mas gosto de fazer uma coisa de cada vez.
O que significa para ti, na tua vida, a escrita?
Para mim, a escrita é um mundo infinito onde posso viajar, aventurar-me e até mesmo viver, quando me abstraio da realidade. Basicamente, é como criar uma nova realidade. Acaba por ser uma terapia que alimenta a alma.
Gostas de ler?
Adoro ler!
Tens algum género literário preferido?
Não tenho qualquer dúvida: o género fantástico, em todo o seu amplo espectro.
Diz-nos um livro que consideres um dos livros “da tua vida”.
“Harry Potter e a Pedra Filosofal”, da J. K. Rowling. Antes dele, nunca antes tinha lido um livro de fantasia, mas o mundo da Rowling foi completamente contagiante, o que me fez devorar os livros que lhe seguiram e incitou-me a procurar outros.
O que podes dizer aos nossos leitores, de modo a promover a leitura de autores portugueses?
Não tenham medo de dar uma hipótese a um autor português. Um escritor, independentemente da nacionalidade, não nasce a saber escrever, vai evoluindo. E são os leitores e os críticos que muitas vezes o ajudam a melhorar. Há autores que consideram a sua obra péssima, há outros que a consideram perfeita. Nada é perfeito e o que é péssimo pode não ser assim tanto quanto se pensa. Se não se experimentar, nunca se vai saber; e se se experimentar uma leitura menos boa, não se deve generalizar, porque cada um é único e mutável.
E, por falar em autores portugueses, aproveito para fazer um pouco de publicidade a um livro de contos fantásticos que acabou de ser lançado pela HM Editora: a “Vollüspa”! Reúne uma panóplia de escritores portugueses, uns mais conhecidos do que outros (onde eu me incluo). Tenho a certeza de que os apreciadores de Literatura Fantástica não vão querer perder.
Obrigada Carina Portugal
Gostei tanto! A sério, gostei imenso da simplicidade da Carina que aliás não sabia que era a Leto :))))
ResponderEliminarMeninas, entrevistador e entrevistada, desejo a ambas o maior sucesso.
Jokas
Teresa Carvalho