“Ao mesmo tempo comovente e arrepiante, Irmã provoca um surto de adrenalina capaz de causar calafrios na tarde mais soalheira” (The New York Times Book Review)
“O conhecimento de Lupton sobre a dor e a culpa no seio familiar é aliado a um enredo desenvolvido com segurança” (The Independent.)
As minhas expectativas eram altas em relação a este livro, depois de ler criticas num site de livros no Reino Unido, e a conselho de uma amiga que leu em inglês, isto há um ano, e depois as opiniões a surgirem nos blogues, até que o consegui de oferta e não fiquei desiludida.
Realmente consegue ser diferente pela maneira como está escrito, prende-nos e faz com que não se queira parar de ler, e principalmente faz pensar muito a quem tem irmãos, sobre até onde iríamos e o que faríamos por eles, como descreve o livro,
O enredo em si dá-nos que pensar, pois trata-se do desaparecimento da irmã mais nova de Beatrice que pensava que sabia tudo sobre a irmã, afinal está completamente enganada, apesar de serem diferentes na sua personalidade, sempre foram muito unidas. Por isso quando a policia, o noivo e mãe desistem de saber a verdade sobre o que aconteceu a Tess, Beatrice pelo contrário, nunca desiste, e aqui vemos até onde consegue ir o seu grande amor pela irmã e os laços que as une, isso faz com que desista de tudo, da sua vida particular aparentemente certinha, do noivo, do emprego, do país onde vive para descobrir o que aconteceu à irmã, insistindo sempre na procura da verdade.
Entra numa luta desenfreada sem se preocupar com ela própria, chateando a todos os que a conheceram, acabando por descobrir segredos que no fundo todos nós temos.
O livro está escrito de tal maneira que somos levamos a pensar numa coisa ao estarmos a lê-lo e afinal não é nada daquilo que estávamos a pensar.
Temos uma história em que Beatrice escreve na primeira pessoa em forma de cartas à própria irmã, lemos email trocados entre ambas. Depois temos meia dúzia de personagens que nos fazem desconfiar se foram eles que fizeram mal a Tess, ora desconfiamos de um ora de outro (confesso que desconfiei da personagem que lhe fez mal).
Também aborda um tema que desconhecia e gostei de aprender sobre o mesmo: fibrose quística.
Em resumo é um bom livro escrito de forma muito fluída e alucinante em que não há momentos parados, gostei bastante, o qual não vou esquecer.
Uma citação do livro que me fez pensar no que uma pessoa me disse há uns anos atrás, exactamente o que sentiu quando deixou alguém que pensava já não amar:
"Por momentos, vi-te entre a multidão. Desde então, descobri que é comum as pessoas longe de alguém que amam continuarem a ver esse ente querido entre estranhos. Está relacionado com unidades de reconhecimento no nosso cérebro demasiado estimuladas e facilmente activadas.
Este truque cruel da mente prolongou-se apenas por momentos, embora o suficiente para sentir fisicamente o quanto preciso de ti"
Outra citação de Beatrice sobre a maneira Tess encarar a vida livre de qualquer preconceito:
"O único sacramento católico em que Tess alguma vez acreditou é o sacramento do momento presente".
"O único sacramento católico em que Tess alguma vez acreditou é o sacramento do momento presente".
- "Significa viver o aqui e o agora - viver o presente sem se preocupar com o futuro ou complicá-lo com o passado"
Odete Silva
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