quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

[Opiniões Tertulianas] - "O Véu Pintado"

Hoje o tertúlias traz-vos uma nova rubrica, desta vez com a colaboração de algumas das nossas leitoras.
Nesta vão ser apresentadas opiniões sobre aquilo que as leitoras escolherem, geralmente livros, mas poderá ser qualquer outra coisa:) O que vos parece?


"O Véu Pintado" de Somerset Maugham



"Através do despertar espiritual da adorável e fútil Kitty, Somerset Maugham pinta um retrato vívido da presença britânica na China e apresenta-nos uma galeria de personagens inesquecíveis. "


Um clássico que já foi adaptado ao cinema. Um livro que figura muitas das wishlists dos adoradores de livros.Uma história que já fez parte das mentes de quem já o leu. 

O Véu Pintado, com a sua melancolia, a sua tensão moral, a sua ironia e compaixão, a sua evocação crescente de luxúria, terror e arrependimento, é uma obra de arte.”
The Spectator




"Já li imensos livros ao longo da vida e claro que tenho muitos que guardei num lugar especial por serem os meu preferidos, e hoje vou falar de um deles, raramente isto acontece mas, li o livro e vi o filme e não me decepcionou, pois na maioria das vezes a adaptação de um livro ao cinema desmerece-o.

A minha escolha recai sobre:

"O Véu Pintado" de Somerset Maugham. Escrito em 1925.

É um livro lindíssimo, cheio de sentimentos, emoções fortes. Com descrições belíssimas quer das personagens quer das paisagens, dos lugares por onde vão passando na China, de uma beleza ímpar.

Magistralmente bem escrito, centra-se em 3 personagens principais, Kitty, Walter (marido de Kitty) e Charles Townsend (amante de Kitty),que nos mostram que a vida afinal não é como a pintamos.

Uma história de amor, traição, vingança, onde o autor consegue sem dúvida mostrar que conhece bem a mente humana.
Com um enredo bem pensado, onde a vida nos é apresentada de maneira mais simples, mas, mostra que também dá muitas voltas e reviravoltas, e, que as coisas por vezes não correm exactamente como previsto, antes pelo contrário, prega-nos muitas partidas.

Este livro marcou-me profundamente, apesar de ter lido já há alguns anos, recordo-me na altura que aconteceu estar tão envolvida e arrebatada na sua leitura que cheguei a chorar em locais públicos, e ficarem a olhar para mim, mas era mais forte do que eu, não conseguia controlar-me e outras vezes fechava o livro de supetão tal era a revolta que sentia, ficava mesmo zangada, foram vários os sentimentos profundos que senti a ler este livro, ora tinha momentos de ternura, de alegria, de tristeza,  de empatia, ou, logo a seguir emanava raiva dentro de mim, mas era o do amor que mais prevalecia.
Não queria  terminar a sua leitura tal era a envolvência com a sua história e as suas personagens arrebatadoras, que faziam com que eu estivesse dentro do livro.

Só um grande escritor tem esta capacidade de envolver os seus leitores na sua escrita e Somerset consegue, pois brindou-nos com uma história magnifica ao escrever este livro sublime, tocante e marcante sem dúvida alguma.
Recomendo sem reservas pois é um livro que todos devem ler e reler.

Excertos:

“Por vezes, a maior viagem é a distância entre duas pessoas"

"...esse véu pintado a que os que vivem chamam Vida."


"... a única coisa que nos permite olhar este mundo em que vivemos sem asco é a beleza que, de vez em quando, os homens fazem brotar do caos."

"Só alcançarás o que queres, quando tiveres deixado de o desejar ...

"... se por vezes é preciso mentir aos outros, é sempre deplorável mentir a si própria." 
"
Odete Silva






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