quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

[Opinião] - " Para Sempre" de Susanna Tamaro

" Se sei quem tu és, sei como comportar-me em relação a ti, mas se és um homem sem laços (...) já não sei o que pensar. És nudez e apresentas-te como nudez. E a nudez causa escândalo."

"Dentro de mim criara-se um novo espaço que antes não existia. Nesse espaço havia um vazio. Um vazio inquieto, sequioso, que reclamava uma presença.
E essa presença eras tu."

"Só quando envelhecemos é que tomamos consciência da gravidade de certas palavras e de tudo aquilo que deixamos por fazer (...) começa a pesar no nosso coração, porém o tempo já passou e não volta atrás.

"Aquele tinha sido o nosso último dia e eu tinha-o vivido como qualquer outro dia, por isso não podia permitir a mim mesmo esquecer-me do mínimo pormenor"
 
Desde pequena (cerca de 9/10anos) que não lia nada de Susanna Tamaro. Ainda estão na estante livros como "Tobias e o Anjo"  ou  "Um lugar mágico". No entanto, lembro-me que o único que me fascinou foi o livro "O menino que não gostava de ler". 
Agora, passado todos estes anos, decidi-me a ler, novamente, algo desta autora. Como recebi este livrinho recentemente, peguei nele estes dias.
Infelizmente, não me cativou. No inicio tive alguma dificuldade em continuar a lê-lo e a chegar ao fim  do livro. A leitura estava a ser enfadonha e demasiado "mole" para meu gosto. No entanto, e talvez a partir de meio do livro, começou a interessar-me, não o estilo de escrita, mas sim o enredo. Li o resto hoje, no metro a caminho de casa. 
Um romance diferente. Uma história de amor sem os floreados a que, por vezes, estamos habituados, um amor não só entre homem e mulher, mas também entre pai e filho e consigo próprio.
Uma história triste, onde um homem, depois de perder muito, se arrasta até ao fundo, de onde depois consegue sair, trocando a decadência pela natureza. 
Um livro que nos faz pensar no modo como lidamos com as perdas na vida, e como tudo pode ter uma razão para acontecer. Que nos faz pensar que mesmo depois de algo que nos deite tão fundo que parece não conseguir sair, há uma luz, há um recomeço. Há sempre algo ou alguém que nos dá alento.
Um livro que me fez chorar, especialmente quando é referida a relação de Matteo com o seu pai.
 Avaliação Geral: 3 (razoável)

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