Dotada de uma sensibilidade extraordinária, O Jardim das Memórias é uma história deliciosa que nos fala com naturalidade sobre as diversas acepções da palavra amor. É, igualmente, uma história que oferece uma interessante perspectiva sobre a mente humana e os seus requintes complexos. E é, particularmente, uma história sobre duas vidas tão comuns quanto singulares, duas vidas muito diferentes e intrinsecamente unidas, apaixonadas pela arte. in As Histórias de Elphaba
Quando li a
sinopse deste livro, houve palavras e expressões que me chamaram a atenção,
tais como “tentativa de suicídio”, “sem-abrigo” e “voluntariado”, que,
juntamente com a abordagem da relação entre um pai e a sua filha me fez querer
ler esta obra literária.
Eu estava certa ao ler este livro pois, na
minha opinião, “O jardim das memórias” é um livro fantástico, que nos faz
pensar em tanto e nos faz sentir tanta coisa que não pensámos sentir quando
pegamos nele pela primeira vez.
Ao longo das páginas, a autora vai
intercalando capítulos centrados em Eden, em adulta e em criança, com
capítulos centrados na vida do seu pai, quando vivia com a sua mulher e filha e
quando vivia nas ruas, como um sem-abrigo. Adorei essa forma da autora
organizar a sua escrita, de maneira a que o leitor consiga pôr-se no lugar das
duas personagens centrais do livro, quase como se vivêssemos o que cada um
deles viveu, vendo e sentindo a forma como pai e filha sentem e reagem ao que a
vida lhes reservou. Ao posicionar a sua narrativa tanto no presente como no
passado, a autora ajuda o leitor a perceber o que provocou a separação e o
afastamento tão prolongado de uma filha do seu pai.
Esta leitura é uma daquelas que nos faz pensar
na vida e nos faz prestar atenção àquilo que realmente importa. Temas como as
doenças mentais e o preconceito que há à sua volta, o alcoolismo e os
sem-abrigo, estão presentes durante toda a leitura, levando o leitor a refletir
sobre esses temas e a repensar a opinião que tem dos mesmos.
Esta leitura sensibilizou-me para a situação
dos sem-abrigo, instigando-me a ter uma participação mais ativa na vida desse
sector da população, levando-me assim a inscrever como voluntária na C.A.S.A – Centro de apoio aos sem-abrigo.
Para além de ter um óptimo enredo, o livro está
escrito de uma forma simples e de fácil compreensão, nada aborrecida, tornando
a sua leitura muito prazerosa.
Inês Rodrigues
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