domingo, 19 de agosto de 2012

[À Lareira com...] - Rafael Loureiro






À Lareira com...Rafael Loureiro, autor da Trilogia Nocturnus.



Fale-nos um pouco sobre si
Chamo-me Rafael Loureiro. Nasci em Lisboa em 1980 e cresci na Amadora, onde moro e trabalho. Sou professor de Educação Física, Mestre de Karate, coordenador do Projecto Descobrir Novos Autores e nos espaço que consigo ter livres - que infelizmente não são muitos - Escritor.

Qual a sua memória mais antiga que envolva a escrita?
Romântico como me considero ser, as memórias mais antigas envolvendo a escrita remontam ao 1.º ciclo e são as quadras de amor àquelas paixonetas típicas da idade. Soube esta semana que, passados 24 anos, uma dessas colegas ainda guarda alguns esses poemas.  Seria já um prelúdio de um futuro um escritor?

É professor de educação física e mestre de artes marciais. De algum modo a sua vida profissional influencia a sua escrita?
Eis uma pergunta complicada. Pessoalmente eu compartimento a minha vida em 3 partes. O "Stor" Rafael, o "Sensei" Rui (Rui Rafael) e o Rafael. Claro que tudo está interligado e todos influenciam todos, mas penso que como professor, talvez por ser algo tão díspar dos temas que escrevo, seja o que menos influência tem naquilo que escrevo. Já no caso das artes marciais é diferente: O código de honra e conduta ensinado no Karate -o Bushido - influenciou -me profundamente ao longo do crescimento. Tornou-se-me algo tão intrínseco que, sendo Daimon o meu alter-ego, também ele se rege pelo Bushido.

 “Apaixonado pelo gótico e pelo Mito do Vampiro, fez uma incursão espiritual a este mundo oculto onde conheceu de perto a sua Alma e os seus Demónios.”. Pode-nos contar um bocadinho mais desta sua paixão?
Esta paixão começou desde cedo com os filmes a preto-e-branco de vampiros, lobisomens, fantasmas, etc. que a minha mãe - adepta do tema - me deixava ver. Claro que não dormia depois à noite, mas também não conseguia deixar de os ver... tamanha era a curiosidade.
Na adolescência somos seres convergentes ou divergentes e penso que eu fui um caso divergente. Creio que tinha um jeito mais melancólico de "ver as coisas".
Descobri no final da adolescência o movimento gótico e com ele novos autores, filmes, letras de canções, etc. Percebi que aquela maneira que tinha de ver o mundo e de o sentir, afinal tinha já um nome (ou vários); gótico, vampírico, ultra-romântico, etc.
Acabei por me entregar a esta comunidade e descobri muito sobre os demónios de cada um, as máscaras, os rituais, o que está por detrás dos passos de dança ou dos olhos pintados. Enfim, tudo isto contribuiu para me descobrir a mim mesmo.
Ao longo do tempo fui percebendo que se criava em mim já uma personagem daquele mundo, do meu mundo, e assim DelMoona revelou-se nos primeiros poemas que viriam a ser a base de Memórias de um Vampiro.

De onde surgiu o nome DelMoona? 
O nome foi criado de uma junção simples de "Luna", Lua em latim com "Moon" em inglês. "Del" de "El", um artigo usado antigamente com "el-rei".

Como surgiu a oportunidade de publicar o seu primeiro livro “Memorias de um vampiro”?
Não foi um percurso fácil. Na altura em que terminei Memórias de um Vampiro, em 2005, contactei com dezenas de editoras, mas de todas elas (as que responderam) a reposta foi a mesma: "Agradecemos a sua preferência mas de momento não temos espaço no nosso catálogo para publicar as suas obras."
Na altura vivia-se a magia de "Harry Potte"r e "O Senhor dos Anéis", por isso "Vampiros" estavam fora de questão. Investi então em edições de autor. Destas edições, de venda em mão, de passa palavra a amigos de amigos, esgotou-se a primeira edição, pelo que logo fiz uma segunda. Publiquei ainda o Tomo II - Ascensão de Arcana. Foi nesta altura que explodiu "Crepúsculo" e toda a paixão pelos vampiros.
Numa nova tentativa de entrar no mercado editorial, fui aceite por algumas editoras e optei pela Editorial Presença.

Quando o escreveu, já tinha em mente as suas sequelas, ou elas surgiram mais tarde?
Como já referi, Nocturnus começou com Daimon DelMoona em poemas. Mais tarde, a poesia começava já a ser pequena para esta personagem que se rodeava de um universo próprio e passei a descrevê-lo em contos - que se tornaram no Tomo I - Memórias de um Vampiro. Eu sempre escrevi para os meus amigos, pois eles são muitos dos personagens da Trilogia. Logo, nem sequer tinha em mente escrever um "livro" completo quanto mais uma sequela. Quando terminei o Tomo I, senti que ainda havia tanto por contar que só parei no Tomo III.
Ainda assim vai haver mais notícias deste universo...

Como se sente quando vê os seus livros publicados, e lê as criticas que os leitores fazem deles?
Depois de tantos anos a tentar ser publicado, de centenas de horas em fóruns, em blogs a fazer publicidade às edições de autor, a bater às portas das editores e das recusas sem fim, depois de tudo isto, ver os meus livros nas bancas e sentir que quem "me lê", gosta, se identifica e se comove, é... ... um sonho tornado real.
Sempre acreditei em Nocturnus, nas suas personagens, nas suas paixões e disputas. Sempre acreditei que eles tocariam quem os lesse e conhecesse. Fico muito grato pela oportunidade que me deram de ter o "meu mundo" ao alcance de todos e de assim confirmar que o acreditava estava de facto certo.

DelMoona é uma parte de si. Em que aspectos se diferencia dele,? E se assemelha?:)
Creio que DelMoona é simplesmente o "Rafael" na mais pura forma, despido das máscaras sociais de professor, filho, colega... É um ser apaixonado que tem a eternidade para lutar por aquilo em que acredita, sem amarras.
E é também mais alto e mais bonito!

Tem algum projecto literário em mãos? Pode-nos contar um pouco sobre ele?
O novo projecto está ainda em segredo pois apesar de ser apenas um volume, é um novo universo que se vai concretizando à medida que escrevo. Será uma história fora do universo de Nocturnus, mas posso revelar aos leitores que seguiram a trilogia que haverá uma surpresa. Uma das personagens de Nocturnus irá participar neste novo universo e os leitores irão perceber o que aconteceu a esta sociedade depois do Tomo III e sem dúvida ficarão espantados!

Para finalizar, deixe uma mensagem aos nossos leitores.
Quero agradecer-te antes de mais a entrevista e dar-te os parabéns pela Tertúlias à Lareira. Quero deixar um grande obrigado a quem leu os meus livros, a quem abriu espaço a um novo e desconhecido autor português e fazer o convite a quem ainda não conhece a Trilogia Nocturnus a ousar entrar neste universo romântico e de aventura.
Um grande beijo.

Obrigada Rafael Loureiro:)

2 comentários:

  1. Um rapaz deveras simpático ao qual tenho de dedicar brevemente algum tempo a ler a sua trilogia :)
    Beijocas
    Teresa Carvalho

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  2. adoro os seus livros e ele e uma pessoa fantastica.
    lara

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