"Claro que a perda de crianças sempre fora uma coisa que tinha de ser ultrapassada. Nunca houvera qualquer garantia de que a conceção irira levar a um nado-vivo, ou que um nascimento fosse conduzir a uma vida prolongada."
"Janus não lhe pertencia: ele é que lhe pertencia; ouvira dizer que também era assim que os nativos pensavam na terra."
Ficha do livro aqui.
Este livro cativou-me logo pela capa, e a sinopse fez com que ainda quisesse mais ler este livro. E não me desiludi.
Este conta-nos a história de Tom Sherbourne, ex-militar na Primeira Guerra Mundial, que decide ser faroleiro na ilha de Janus Rock, e da sua mulher Isabel. Ambos passam por algumas provações, naquele que julgavam ser o seu refúgio.
A escrita da autora cativou-me desde inicio. As descrições da ilha de Janus fazem-nos sonhar com um paraiso natural algures entre oceanos. Conseguimos, através do que nos é contado, fazer uma imagem bastante nitida não apenas dos locais, mas também das personagens que nos são apresentadas.
A história é sem dúvida, e como diz na sinopse, "um romance delicado e comovente onde o amor incondicional de uma mãe pela filha e a dor de uma mulher que não pode ter filhos se sobrepõem, esbatendo as fronteiras entre o bem e o mal".
Essas fronteiras até em nós, leitores, ficam esbatidas. Ao longo do livro sofremos com Tom e com Isabel, partilhamos as suas alegrias e o seu amor por Lucy. Apaixonamo-nos pela criança e pela alegria que ela sente em Janus. Mas ao mesmo tempo, pensamos em toda a outra vertente. Damos por nós sem saber o que fariamos e o que seria realmente certo.
Este é um livro que nos faz pensar que, por vezes, a felicidades de uns é a mágoa e a tristeza de outros. Afinal, o que é certo? O que é mais importante, a verdade ou a felicidade? Os filhos ou o companheiro de uma vida?
Apenas aponto um ponto negativo, os momentos em que se fala sobre os farois e o seu mecanismo é, a meu ver, excessivo.
De resto, posso dizer que é um livro bastante bonito e comovente, que nos faz agarrar a ele até á ultima página e viver a vida das suas persoangens. Comovente e brilhante, com um final melancólico, mas ao mesmo tempo, brilhante. Aconselho.
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